segunda-feira, 12 de abril de 2010

Desafios em Segurança Pública - Terreno


Em realidades puramente geográficas, João Monlevade tende a ser um terreno propício para a evolução do "crime de morro", eternizado pelas condições semelhantes do Rio de Janeiro. É uma modalidade de assentamento que obriga qualquer força policial a se desdobrar muito além de suas próprias capacidades e capacitações.

O crime de morro é particularmente difícil de erradicar, porque a melhor alternativa de combate é uma sugadora de recursos: a polícia tem que se colocar em cada topo de colina dos bairros habitados, visando um posicionamento que lhe permita agir de cima para baixo. E em tempo integral, o que implica em instalação de bases fixas onde a curva de criminalidade esteja apontando para crescimento.

Ao mesmo tempo, o efetivo tem que ser preservado nas demais regiões, de terreno rebaixado, por que o crime migra. Ele é sempre dinâmico, justamente para deixar uma força policial perdida em movimentos aleatórios. Assim, enquanto há recursos humanos fixados em terreno elevado, deve haver recursos aplicados nas demais regiões, para coletar os nômades do sistema.

Parece simples, mas está longe de ser. Adotando uma estratégia de combate amplo, em todas as frentes, a polícia fica muito mais dispendiosa. Entretanto, no curto prazo, ela se paga com folgas porque gera tranquilidade social e estabilidade econômica, dois pilares de desenvolvimento que são imprescindíveis a qualquer município brasileiro que queira ser, efetivamente, moderno.

E sem esta ocupação definitiva e eficaz de espaços por parte do Estado, a vitimização da cidade não vai se interromper naturalmente ou por conta própria. O que se antevê é uma escalada dos vetores de insegurança à nossa volta.

Relembrando, o Blog traz apenas simplificações. O assunto não é, definitivamente, tema para ser abordado por diletantes.

Até o próximo tópico, onde se abordará a questão Táticas e Técnicas em Segurança Pública.

Nenhum comentário: