quinta-feira, 8 de abril de 2010

Recordar para não esquecer

Desenterrei este fragmento de postagem de quase um ano atrás. Vejamos se algo mudou:

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João Monlevade caminha como cidade pequena. Portanto, cidade pequena é, pensa pequeno, age pequeno, vive de forma pequena. Já postei anteriormente que não temos Câmaras Setoriais, ferramentas de custo zero que poderiam fornecer aos nossos edis as ferramentas de pensar e legislar os grandes desafios estruturais da cidade.

Sáude, Educação, Segurança. Estas esferas são públicas por natureza, e exigem atenção e atitudes proativas constantes. No âmbito municipal, diga-se, porque não podemos ficar o tempo todo aguardando soluções vindas de cima, como se fôssemos apenas uma sucursal menor de outras instâncias.

O Brasil se constrói a partir dos municípios, mas a maioria deles parece se construir de acordo com os ventos que soprem a partir do Brasil. Uma pena. Gosto dos brasileiros, mas amo mesmo é esta terra e esta gente de Monlevade. Vamos arrumar nossa casa e deixar de olhar o quintal alheio.

Coloco-me à inteira disposição de qualquer agente público para iniciar um debate produtivo sobre o tema. Garanto poucos holofotes e muitas idéias criativas, boas e baratas, se o assunto for Segurança Pública. Todas eficazes. Aposto que há profissionais de Saúde e Educação que possuem a mesma garra e boa vontade, em relação às suas áreas específicas.

Não há agenda oculta. Sem segurança, os outros valores e benefícios perdem o sentido, mesmo quando abundantes para os cidadãos de bem. Uma vítima se esquece do que possui instantaneamente, quando confrontada com o que pode perder para o bandido.

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Pois bem, quase um ano depois, muitas das ideias nem podem mais ser implementadas, porque o crime é mais dinâmico que a força de Estado que deve combatê-lo. Isto é natural, porque o Estado tem que cumprir a Lei, e o meliante não.

Repito que a Lei não é boa ou má por si mesma. O que destrói uma sociedade por dentro é o número de cidadãos que descumprem a Lei impunemente, em relação ao número de cidadãos que se preocupam em cumprir a Lei. Se for muito alto, esta sociedade está condenada ao fracasso existencial. O crime é apenas um retorno ao teorema da Soma Zero em Economia, onde a riqueza só pode ser transferida, e nunca criada.

Já disse aqui que o Blog é uma ferramenta ineficaz para a discussão do tema. Nem preciso explicar a razão. Este retorno ao passado é para constatar algo muito triste: João Monlevade produz valores e ideias aos baldes, e quase não há interesse em explorá-las, experimentá-las, conferir os resultados, implementar ações baseadas nestes valores e ideias.

É a Síndrome do "Não quero saber e tenho raiva de quem sabe?", ou pura e simplesmente é a inércia da acomodação? Penso nos Vereadores que estão na Casa legislativa há 8, 12, 16 anos e nunca apresentaram um projeto estruturante para o Município.

O que fizeram de útil, então? Porque não vejo qualquer ação legislativa que não possa ser tocada avante pelo próprio Executivo, na formatação de nossa Câmara atual. Mesmo a "Briga dos requerimentos" que parece fazer algum sentido, é puro nonsense.

Fazer de nossa Câmara Municipal um espaço de discussão proativa é uma ação urgente. Se as Câmaras Setoriais tem um nome que não agrada, caramba, que mudem o nome. Só não abram mão de contribuir mais decisivamente para o sucesso de João Monlevade.

Se a questão é a relevância de nome, não se preocupem comigo. Não tenho nome nem quero ter. Que procurem voluntários em outras esferas da cidade, garanto que encontrarão pessoas dispostas a contribuir e somar.

O que não acho correto é manter os olhos bem fechados e, no futuro, a boca bem aberta para reclamar de uma cidade em que as coisas não funcionam.

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