segunda-feira, 31 de maio de 2010

As muitas mortes que me aguardam


São na exata medida o mesmo número de vidas que eu vivi até agora. E vivi muito, e bem. Aos trancos e barrancos, porque certeza só os muito sábios e estes são raríssimos. E morri muito, com todas as letras de infidelidade à vida com que se costuma escrever estas mortes intermediárias.

Meu maior mérito nunca esteve em encarar as mortes com naturalidade. Sempre esteve em encarar as ressurreições com esperança e trabalho. Para reviver, basta querer estar vivo.

As muitas mortes que me aguardam não me assustam. Assusto-me é com a ideia de que um dia, a ressurreição não seja mais bem vinda pelo meu espírito batalhador.

Mas só posso ser vencido por mim mesmo, ainda que seja derrotado por muitos. É meu legado.

Um comentário:

Marcelinho disse...

Caro Amigo Célio,
parabenizo-lhe por esta profunda reflexão.
Estava, eu, a pensar exatamente o que você postou.
Suas palavras foram certeiras.
Abraços.