Em nosso laboratório básico, onde os exames químicos mais elementares podem ser realizados para sustentar nosso trabalho técnico-pericial em João Monlevade e região, temos um exemplo belo e amargo do que é a visão relativa.
Para nós, um tubo de ensaio com um clarão azul em seu interior significa apenas mais um exame positivo para a presença de cocaína ou crack, em uma substância questionada. Para uma família, entretanto, isso significa uma parada rápida numa jornada que pode levar ao inferno.
Essa é nossa visão relativa, em paralelo à realidade que uma família estará vivendo.
As visões relativas reais, isentas de malícia ou de jogadas sujas, são plenamente compreensíveis. Acontecem porque a vida é segmentada e múltipla, ocorre em vários pontos ao mesmo tempo, com impactos diferentes sobre diferentes pessoas. As realidades não se anulam, se somam.
Mas há visões pessoais, e estas ficam longe de ser isentas. Assumir de forma adulta e serena uma visão pessoal não pode ser fato encarado como privilégio ou tributo. É simplesmente dever moral, e transcende a ética pura e simples.
O que se observa em nosso município, com uma clareza e um brilho que ultrapassam aquela luz azul no fundo de nossos tubos de ensaio, é uma visão enrustida das realidades. Há enrustidos demais em nossa cidade, ainda que desvestidos impiedosamente por uma mínima análise crítica.
Nossos enrustidos contam com a leniência de pensar da maioria. É tolerável, desde que não contem com a leniência crítica da totalidade. Sempre há exceções.
Gostoso é utilizar dos mesmos métodos baixos e insanos para provocar ondas na superfície dessas águas. As reações são idênticas sob qualquer ângulo que se observe, mas o direito de reagir é restrito, ao que parece. Tudo isso acontecendo sob o olhar leniente da maioria, é claro.
Uma única variável me amedronta, neste mundo: encontrar pessoas que estão em um patamar acima de nossa evolução. As exceções que confirmam a regra de que somos ignorantes ao extremo.
Sempre há exceções, e eu conheço pelo menos duas pessoas que se encaixam neste perfil. Morro de medo de comparações com ambos, porque minhas derrotas são acachapantes e não são lembradas por eles com desprezo ou com empáfia depois. Simplesmente não dão valor à um embate tão desnivelado e inútil.
Com relação a todos os outros humanos, o embate é um embuste. E de embuste, neste mundo, há mestres em excesso. Sobram os empates e as visões pessoais, para muito além das visões relativas.
E vamos mantendo as rodas e engrenagens girando. Falta de movimento pode ser um sinal de ausência de vida.
Para nós, um tubo de ensaio com um clarão azul em seu interior significa apenas mais um exame positivo para a presença de cocaína ou crack, em uma substância questionada. Para uma família, entretanto, isso significa uma parada rápida numa jornada que pode levar ao inferno.
Essa é nossa visão relativa, em paralelo à realidade que uma família estará vivendo.
As visões relativas reais, isentas de malícia ou de jogadas sujas, são plenamente compreensíveis. Acontecem porque a vida é segmentada e múltipla, ocorre em vários pontos ao mesmo tempo, com impactos diferentes sobre diferentes pessoas. As realidades não se anulam, se somam.
Mas há visões pessoais, e estas ficam longe de ser isentas. Assumir de forma adulta e serena uma visão pessoal não pode ser fato encarado como privilégio ou tributo. É simplesmente dever moral, e transcende a ética pura e simples.
O que se observa em nosso município, com uma clareza e um brilho que ultrapassam aquela luz azul no fundo de nossos tubos de ensaio, é uma visão enrustida das realidades. Há enrustidos demais em nossa cidade, ainda que desvestidos impiedosamente por uma mínima análise crítica.
Nossos enrustidos contam com a leniência de pensar da maioria. É tolerável, desde que não contem com a leniência crítica da totalidade. Sempre há exceções.
Gostoso é utilizar dos mesmos métodos baixos e insanos para provocar ondas na superfície dessas águas. As reações são idênticas sob qualquer ângulo que se observe, mas o direito de reagir é restrito, ao que parece. Tudo isso acontecendo sob o olhar leniente da maioria, é claro.
Uma única variável me amedronta, neste mundo: encontrar pessoas que estão em um patamar acima de nossa evolução. As exceções que confirmam a regra de que somos ignorantes ao extremo.
Sempre há exceções, e eu conheço pelo menos duas pessoas que se encaixam neste perfil. Morro de medo de comparações com ambos, porque minhas derrotas são acachapantes e não são lembradas por eles com desprezo ou com empáfia depois. Simplesmente não dão valor à um embate tão desnivelado e inútil.
Com relação a todos os outros humanos, o embate é um embuste. E de embuste, neste mundo, há mestres em excesso. Sobram os empates e as visões pessoais, para muito além das visões relativas.
E vamos mantendo as rodas e engrenagens girando. Falta de movimento pode ser um sinal de ausência de vida.
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