sábado, 19 de junho de 2010

Uma mente tacanha


Vão chover comentários desaforados e criminosos, mas já não me importo mais em recebê-los. Nunca me dei ao trabalho de publicá-los, porque o anonimato criminoso é coisa de animais de peçonha. Mas me incomodava verificar a fúria com que se portavam as vaquinhas de presépio que não fossem do meu próprio convívio (partindo da agílima divulgação de que eu seja também uma vaquinha de presépio, mas Monlevade parece só aceitar um...).

O vereador Guilherme Nasser acaba de lançar sobre a cidade um jornal extenso, com sua atuação parlamentar de elite, para impressionar a plebe. Ave, Caesar! Il morituri te salutant!

Vinte por cento do jornal é de extrema importância para seus 1.250 eleitores. Os outros 21.750 exemplares são um luxo pessoal, acredito... Oitenta por cento do conteúdo do jornal me faz lembrar, instantaneamente, porque o vereador pagou 298 reais por um Diploma de Mérito Eleitoreiro, ou coisa assemelhada. Faz todo o sentido do mundo.

Este é mais um exemplo da Monlevade que não vai dar certo, mesmo. É muita gente remando contra. Usando a inteligência de forma displicente, preguiçosa, desidiosa até. O jornal traz agora o que a Bola de Cristal do Drops (sempre ela!) já informou no passado: a picaretagem do requerimento.

Para refrescar a memória de todos, aí vai o link e aqui o outro link: é para não dizerem que esta postagem de agora é venenosa, sabe? Vai ser dito do mesmo jeito, mas nada que Johnnie Walker + Actívia não resolvam.

Neste caso a Bola de Cristal teve pouca antecedência, mas isso não chega a ser demeritório: previsão de futuro não é ciência exata. O jornal do vereador Gulherme, de forma legítima mas ingênua, é feito para insultar inteligências alheias: afirma que requerimentos e anteprojetos ilustram uma atividade parlamentar séria. Não o fazem, e direi porquê.

Primeiro, existe a roleta russa do requerimento, já explicada ali nos links de comentários acima. Vereador requerimenteiro demais é vereador picareta à espera da ocasião propícia. Depois, caso obtenha sucesso, reivindicar a autoria do projeto executivo por inteiro é só um passo natural para quem não imagina sequer o que seja o senso ético.

Finalmente, um anteprojeto de Lei nada mais é que a forma elegante de se safar, de uma situação que a Democracia consolidou para o Legislativo Municipal. Não poder gerar ônus para os cofres públicos, porque se isso fosse possível nenhum município brasileiro seria governável. O passo seguinte é idêntico: mesmo que já haja estudos em andamento na esfera do Executivo, o autor do "antiprojeto" vai reivindicar a totalidade do mérito na questão.

Resumo da ópera? Até agora, o edil não justificou nem o diplominha de 298 reais. E se quiserem que eu explique o como e os porquês, o farei, com todas as letras da lucidez. Este produto tem andado em falta nos carrinhos políticos da cidade, em todos os níveis e ideologias. Infelizmente...

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro Celio,

Voce so sabe criticar mesmo hein!!! Recebi o jornal e gostei mto do que vi, posso afirmar com toda certeza que votei no Nasser e nao perdi o meu voto. Voto de novo viu!!! E acho que ele esta de parabens, alias ele e o vereador Belmar Diniz, dois destaques absolutos do legislativo no meu modo de pensar!!! Fique com Deus.

Aline Vilela - Monlevade