sexta-feira, 18 de junho de 2010

Xeque na Gestão


"Tudo que se mede, melhora." Vicente Falconi, Administrador e proprietário do INDG


Esta máxima é tão verdadeira quanto essencial. Vicente Falconi é, na minha opinião, um dos mais brilhantes professores de gestão do Brasil, talvez do mundo. Seu modelo de Choque de Gestão não é perfeito, como quase nada neste mundo é. Mas é eficiente e sério. E gera resultados, o que o torna ainda mais espetacular.

Apropriar-de do termo não me parece adequado, por parte de qualquer monlevadense neste momento. Certo, não estamos falando de nenhuma patente sobre ele, porque não existe uma patente ou reserva de direitos em relação ao nome. Mas sempre fica uma identificação rápida com o INDG, que no momento não atende à Administração Municipal. E não creio que irá atender num futuro de curto alcance.

Humildemente eu sugeriria um genérico, um programa do tipo "Xeque na Gestão", onde alguns valores deveriam ser claramente postos, para que a missão tenha chances reais de acontecer, e para que os objetivos sejam alcançados com o maior aproveitamento e com o menor custo possível. É sempre bom lembrar que a Administração Pública trabalha para a população, todo o tempo. Ou pelo menos, deveria.

João Monlevade é uma cidade de paradoxos, alguns compreensíveis e outros não. Entre os paradoxos compreensíveis, existe o que eu chamo de chamamento à bizarrice: espera-se, por exemplo, que os simpatizantes da figura pessoal de Gustavo Prandini o execrem em público.

Difícil acontecer, por um direito legítimo. Eu não espero que os antipatizantes da figura pessoal de Gustavo Prandini o eudeusem em público, porque não vai acontecer. Nem que ele faça chover leite e mel sobre a cidade. Detalhe: ele não é capaz de fazer chover leite e mel sobre a cidade, que isso fique bem claro.

Espera-se que os simpatizantes da figura pessoal do Prefeito o comparem com os Prefeitos anteriores, mas com julgamentos históricos diferentes. Não é saudável, em termos de justiça social, porque suas qualidades e seus defeitos são idênticos em estrutura e dimensão. Mudou o olhar sobre a cidade, por parte do Prefeito. Mas as ações são equivalentes, se comparadas com o mesmo instante histórico de mandato daqueles tantos que o precederam.

Espera-se que o Prefeito não erre em suas decisões. Um paradoxo incompreensível, porque ele aprenderá como todo mundo: através da análise cuidadosa dos erros cometidos, para depurá-los e não repetí-los mais. O paradoxo reside no fato de que os acertos (e os há) são minimizados à tamanho molecular, mesmo quando são extremamente benéficos para a cidade inteira.

Espera-se que sua equipe produza um trabalho de excelência, e aqui abro um parêntese para o primeiro momento não-paradoxal na vida de Monlevade. Eu mesmo espero um trabalho de excelência de qualquer um que seja administrador do Município. Mas quem trabalha em serviços públicos sabe o quanto estamos ainda longe de obter essa façanha.

Sem comparar, vieram-me à mente cerca de uma dúzia de realizações pífias e incorretas dos últimos quatro Prefeitos Municipais. O que os une à Gustavo Prandini é o fato de não terem pensado de forma abrangente na gestão de problemas estruturais da cidade.

E aí surge o "gancho" para que eu afirme que o xeque (movimento que finaliza uma partida de xadrez bem jogada) é a ferramenta que se busca para a gestão pública moderna, não só em Monlevade mas no Brasil inteiro.

E aproveito para lembrar que eu não tenho a receita. Se estivesse a meu alcance e eu tivesse a competência, doaria de coração aberto para a sociedade monlevadense. E este é mais de nossos paradoxos incompreensíveis: muitos servidores públicos (na esfera do Executivo e do Legislativo) possuem competências complementares que os habilitaria a produzir um ótimo trabalho nesta área. Por que não acontece?

O xeque na gestão talvez seja a maior dívida que o governo atual tenha, para com os cidadãos de Monlevade. Digo talvez porque as opiniões externas devem ser avaliadas com muito cuidado, para se evitar a execração pública de pessoas comprometidas e sérias, como a maioria dos que integram a administração atual. E como a maioria dos que integraram as administrações que já passaram por João Monlevade.

Para o Prefeito Gustavo, fica um ônus maior devido à seu lema de campanha. Não que os lemas de campanha de seus antecessores tenham sido levados muito a sério, nem que seus programas de governo tenham sido cumpridos à risca. É que o peso da impetuosidade, motivada pela juventude e pela ânsia de executar, serão sempre maiores para Gustavo Prandini. Até que lhe venha a maturidade política e com ela, todas as ferramentas essenciais para executar o máximo de trabalho público, com o mínimo de desgaste pessoal.

O maior dos paradoxos é ter pessoas - e a maioria alfabetizadas - ganindo de puro ódio porque alguém como eu, insignificante e desprezível neste turbilhão de interesses, queira defender o direito de João Monlevade continuar avançando, aqui e agora.

Não através dos erros, que são comuns a todos que já administraram a cidade. Mas através dos acertos, que podem e devem ser produzidos em maior quantidade e muito melhor qualidade. Porque o passado passou e o futuro ainda é só expectativa e esperança.

Ah, e não haverá paradoxo a produzir no Drops. Ele volta a hibernar em questões puramente pessoais travestidas de grandes questões políticas ou partidárias, como vem acontecendo no município. O silêncio do Drops não fez mal algum nos últimos dias; muito pelo contrário...

Nenhum comentário: