sexta-feira, 30 de julho de 2010

3 + 2 = o que sobrar


São cinco e meia da manhã e esta postagem é programada. Desde as 4 da madruga a viatura HMH 1875 - emprestada, porque a da Perícia está em BH para revisão programada - me olha com um desprezo mal disfarçado. Eta carrinho entojado, meu... Deve estar pensando que nunca andou tanto na vida, em dois dias de serviço.

O atendimento pericial não acontece só para João Monlevade, como eu já expliquei. São dez cidades atendidas por 4 ou 5 Peritos Criminais (dependendo do mês, porque eles também tiram férias como todo mundo) Já registramos mais de 1100 atendimentos em 2010. É uma carga operacional inumana.

Foram 50.000 quilômetros rodados nos últimos dois anos, e muitas horas gastas para prestar um serviço que nós sabemos ainda estar longe da qualidade que a população regional merece. Mas há limites para o que podemos executar, com a logística instalada. E o atingimos. Ou surgem novos indicadores ou aporta-se mais recursos, para que o sistema se mantenha. Ou caia...

Na gestão pública brasileira, impera a matemática do título. Três mais dois é igual ao que sobrar depois... parece letra de sambinha ruim, mas é letra de serviço público deficitário, mesmo. E somos obrigados, a cada dois anos, a escolher um Zé Ruela qualquer que vai solucionar tudo isso num piscar de olhos, dependendo da esfera de serviço público que precisamos utilizar.

Claro, a cada ano os impostos são recolhidos com gosto e eficiência do bolso de todos nós. Nossa cidadania não reflete nossa carga tributária, este é um fato. No dia em que isso ocorrer, talvez apontemos o Brasil no rumo para a evolução social verdadeira. Até lá, somemos três mais dois, descontemos tudo o que precisa ser descontado e o que sobrar é isso mesmo que vai atender a todos nós.

O último a sair, por favor, não leve a lâmpada. As novas gerações vão precisar dela.

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