Está ficando cansativo. Tudo que se repete demais, demonstra rotina demais e é nebuloso demais tem que gerar desconfiança e revolta. O ENEM entrou nesta categoria há muito tempo... Provas roubadas e gabaritos vendidos, dados sigilosos de alunos que foram vazar na Internet, faltava mais alguma coisa?
Agora não falta mais. A gráfica de onde foram furtadas algumas provas, no ano passado - adivinhem? - ganhou a concorrência para imprimir as provas deste ano. Primeiro absurdo.
A mesma gráfica foi desclassificada por não atender as exigências de segurança adotadas para a impressão das provas deste ano. Aliás, tomadas porque no ano passado "alguém" vazou as provas. E este mesmo alguém foi habilitado para licitar este ano. Segundo absurdo.
A gráfica entrou na Justiça contra a desclassificação. Diz que o Judiciário é quem deve decidir se estas exigências são "razoáveis". Vai ver que, pela empresa, o mais razoável seria permitir a repetição da bandalheira de roubo e distribuição de provas pelo país, antes do ENEM ocorrer. Terceiro absurdo.
E o Governo Federal consegue se enredar num mesmo esquema fraudulento por dois anos consecutivos. A culpa, claro, só pode ser da Imprensa Golpista. Quarto absurdo.
E o Brasil espera que nós, cidadãos e pais, observemos o esforço de nossos filhos em prestar o ENEM, acreditando que ele é uma ferramenta honesta de melhoria do nosso sistema educacional. Este é o quinto e, talvez, o maior dos absurdos que o Brasil produz neste imbróglio todo.
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