quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O destino e as serpentes


Eu não acredito em predestinação. Se acreditasse nessa maluquice, poderia estar preso ou morto, já que a chance de me tornar um homem perdido para o convívio social sempre existiu. Minha vida privada não possui interesse para o público, eu sei. Vou economizar nos detalhes.

Mas pude construir um caminho diferente por ser livre para escolher. O Blog é o espaço onde digo, com uma frequencia enfadonha, que nossa única liberdade real é a liberdade de escolha. E, portanto, não existe o homem inocente. Existe o homem que escolheu mal, ou escolheu errado.

Todos os dias um homem bom é levado ao engodo, num dos quatro cantos do planeta. Isto é regra geral, porque calhordas podem enganar à vontade. É da natureza deles, assim como é da natureza das serpentes carregar veneno no interior de suas bocas. Nossa infelicidade se traduz no fato de que homens, ao contrário das serpentes, atraem para próximo de suas presas as vítimas que escolhem.

Às serpentes peçonhentas que cruzam meu caminho, não guardo qualquer ressentimento ou mágoa. Guardo a lembrança de que rastejaram para fora do meu caminho, na maior parte das vezes. E guardo algumas cabeças de serpente, como lembrança.

Predestinação? Eu não acredito. Somos o resultado final de nossas escolhas, somos definitivamente culpados por que, em algum momento, forjamos o caminho para trilhar através delas.

Assumir o preço cobrado pelas escolhas que fizemos é só uma questão de dignidade. Esta, as serpentes não podem e não tem como obter, em momento algum de suas vidas rastejantes.

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