segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O Um Anel


Um anel para a todos governar. Esta era a premissa do genial livro de Tolkien. Tudo que aconteceu na Terra Média se repete, ano após ano, em todos os cantos do mundo. O Um Anel é o ápice do que podem sonhar muitas cabeças coroadas da humanidade.

E o que ele, na realidade, representa? Nada. Só o vazio de acreditar que sem o corruptível possa existir o corruptor. Só a tendência de idiotice mansa: acreditar que só há vítimas porque há autores, quando em numerosos momentos só há autores porque se oferecem vítimas.

O Um Anel, finalmente derretido no fogo da luta solidária, deixa muitas perguntas no ar. E uma resposta: nada governa a tudo e todos, porque nada é absoluto. Nossa vida se constrói em relações, em frações de um todo que não pode ser compreendido por uma parte.

O resto é ingenuidade e sede por um poder que, obtido, nada faz porque nada diz a quem o buscou com tanta volúpia. O Um Anel consome a alma e não entrega o terreno prometido, exceto para seu único dono verdadeiro...


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