quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Nota de falecimento


Faleceu na manhã de ontem, após 119 anos de vida, a edição impressa do Jornal do Brasil. A partir de hoje, somente poderá ler o vetusto diário quem fizer a assinatura eletrônica do conteúdo. Esta primeira morte, vamos assim dizer, prenuncia que em breve ocorrerá também a da edição eletrônica. Uma pena.

A Democracia só existe com imprensa livre. Qualquer outra afirmação é idiota e insana. Se vamos discutir censuras diretas ou indiretas, alinhamentos convergentes ou divergentes em relação aos estamentos do poder, usos mercenários dos órgãos de divulgação, dentre outros aspectos, não podemos jamais discutir a liberdade como valor intrínseco da boa comunicação.

Profissionais bons ou ruins? Esqueçamos. Há pessoas boas e ruins no mundo inteiro, e pronto. A grande pergunta é: precisamos da imprensa?

E a única resposta possível é: sim. Desde os tempos dos tambores, passando pelos pombos correio, pelo telégrafo, pelo rádio e pela televisão, pela Internet. E se surgirem outras formas de comunicação no futuro, a imprensa as ocupará. Somos necessitados de saber o que acontece no mundo, esta aldeia tão pequena mas tão vasta que sem a imprensa, seríamos nada mais que toupeiras à luz do sol. Com olhos para enxergar, e cegos para nada ver.

Que o Jornal do Brasil não seja o primeiro de uma série. Sem a imprensa livre, arrisco um palpite de que a humanidade livre não duraria vinte anos.

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