terça-feira, 23 de novembro de 2010

Sinais de alucinação coletiva


Imaginem uma cidade do tamanho de João Monlevade resolvendo assuntos que o mundo ainda não resolveu, como Democracia plena e liberdade de expressão. Senhores, não dá. É algo grande demais para este pequeno ovo mineiro apresentar uma solução definitiva.

O que fazemos é repetir uma fórmula que está ficando universal: para aparar as arestas da nossa incapacidade em resolver as questões simples, vamos discutir as complexas e deixar que a cortina de fumaça resultante dê uma escondida no resto.

Democracia é algo muito maior que os homens que a defendem, sem muito entusiasmo ou vigor. Liberdade é fruto exclusivo de escolhas e de assumir de forma responsável as consequências naturais dessas escolhas feitas. 

E nós, homens de carne e osso, não estamos prontos e acabados. Não estamos definitivos, mas sim mudando o tempo inteiro. Estamos nos construindo a cada sol novo que vemos no horizonte, toda manhã. Menos quando chove. Isso reforça a idéia de que nada é definitivo neste mundo físico.

Não há relação humana que não envolva conflitos. O que distingue os homens é sua capacidade de suplantar os conflitos em prol de objetivos maiores. E, num apanhado geral, fracassamos miseravelmente nesta tarefa.

Eu também, para ficar bem claro, pertenço à rabacuada. Nem passou pela minha cabeça querer estar acima do Bem e do Mal. O que eu reitero, sempre, é minha força de vontade aplicada no sentido de me melhorar como pessoa, todos os dias.

Se vou ter alucinações, que sejam as minhas. As coletivas são duplamente perigosas.

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