sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Relembrando o Drops velho



Tenho aproximadamente 50 (hoje em dia, só 30...) minutos para almoçar, em média, de Segunda a Sexta. Ainda bem que minha base de trabalho fica perto de casa...

Mas desses 50 (30...), quase todos os dias, perco cerca de 10 ou 12 tentando não atender às ligações de Telemarketing. Digo tentando porque é quase impossível me livrar dos interlocutores chatíssimos e mal preparados. Imagino que seja uma regra geral.

Daí meu pedido de socorro: A Constituição prega que a casa é abrigo inviolável do indivíduo, nela só se podendo adentrar com seu consentimento ou em situações legais específicas. Vide CF Art. 5º Inciso XI, transcrito do site do senado federal (com minusculas mesmo, nem vou perder tempo comentando o porquê):

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

Ora, por analogia, a ligação telefônica não é uma forma de nossa casa ser "invadida"? Quando queremos atender, fazemos um convite afetivo indireto a quem nos ligou. Atendemos na esperança de ser um de nossos amigos, um dos entes queridos da família, ou um assunto do nosso interesse real. Por norma, fizemos ou deixamos de realizar algum ato em nossa vida privada para receber ligações correspondentes e, portanto, de nosso interesse efetivo.

Mas, e quanto à assinatura da revista que eu não renovei há longínquos 3 anos? A editora imagina que eu seja um débil mental e que não saiba telefonar para o S.A.C que ela diligentemente divulga?

E a operadora de Cartão de Crédito não pode esperar por uma ligação minha? Quer dizer, ela sabe mais do que eu o quanto estou precisando do produto que a mesma oferece?

E os bancos? Os jornais? As operadoras de celular? Todos acreditam que sejamos nós, consumidores, lesmas sem cérebro para saber o que queremos e quando queremos?

Peço socorro aos juristas. Minha mente é limitada, sim, para este campo específico do conhecimento humano. E, graças a Deus, os profissionais do Direito ainda não usam o Telemarketing.

Já pensou? Você recendo uma ligação do tipo: "Prezado Sr. X, estamos ligando do escritório de advocacia do Dr. Y. Para sua segurança, podemos estar monitorando esta ligação. O Sr. gostaria de estar sendo orientado quanto ao nosso plano Z de Assistência Jurídica? Há inúmeras vantagens e, como o Sr. sabe, nunca se sabe quando poderemos estar cometendo algum tipo de crime..."

Almoce-se com um barulho desses, sem contar o crime indelével contra o gerúndio.

Um abraço!


POSTAGEM DE 31/03/2009 - ATUALMENTE TENHO QUE PAGAR PELO IDENTIFICADOR DE CHAMADAS, MAS ME LIVREI DE ATENDER O TELEMALETING DIÁRIO. QUE DEUS ABENÇOE O DIA DE VOCÊS, SEM ESTE ABORRECIMENTO PARA LIDAR.

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