segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

FEBEAPÁ 2011

O saudoso e genial cronista Stanislaw Ponte Preta estaria em júbilo por estas horas, com uma aquisição de quilate graúdo ao Febeapá - Festival de Besteiras que Assola o País (recomendo o livro para quem quiser se divertir muito!).

O governo autorizou a liberação imediata de saques do FGTS para vítimas das enchentes e deslizamentos no Rio de Janeiro. Primeiro o valor seria vinculado ao salário mínimo de 2009. Peraí, mas a tragédia não é de 2011? Certo, certo. Corrigiram o valor para o mínimo de 2011, antes que virasse chacota.

Depois houve o que já esperávamos. A liberação imediata não é tão imediata assim. Cada Prefeitura afetada tem que informar a Caixa Econômica Federal sobre a calamidade que se abateu sobre seus cidadãos. O que todos estamos vendo pelas reportagens, relatos e manifestações de pesar vindas de todas as partes do mundo não basta. Sem papel assinado, sem conversa e sem dindim. Essa não deu para evitar a chacota.

Tem mais... Tem mais... Cada trabalhador afetado pela desgraça tem que levar um rol de documentos para a Caixa liberar o dinheiro. Bom, os que tiveram a casa tragada pela lama, com tudo dentro, vão levar documentos tirados de onde?

Resumo da ópera bufa: para minimizar o flagelo de que foram vítimas, os cidadãos vitimizados vão enfrentar burocracia e idiotice elevadas, num arremedo de segundo inferno, para levar a fortuna de CINCO MIL E QUATROCENTOS REAIS. Fortuna essa que foi recolhida de seus próprios salários ao longo da vida de trabalho e que será mais do que suficiente para autoindenizar a todos. Belo, muito belo...

No mês passado os políticos se deram uma merreca de aumento de 60% e muita gente estrilou de raiva. Nós, brasileiros, somos muito ingratos para com nossos políticos. Alguns de nós estão imaginando - olha que heresia - que estas tsunamis de lama deveriam ter tragado algumas centenas de políticos para os quintos do inferno...

Paro por aqui. O Febeapá está muito bem servido.

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