quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O monstro de cada um


(Clique na imagem para detonar)

Acabei de tirar esta fotografia na Seção Técnica. Sim, é isso mesmo. TNT em gel, um potente e destruidor explosivo plástico. Faz parte da minha "maldita sorte" ter o emprego que todo mundo pede a Deus, mas não tem coragem para correr atrás e ir em busca do que seria este sonho. Vale a pena o dinheiro do salário?

Eu já disse muitas vezes que todo mundo tem um monstro interior. O meu está me chamando de minuto em minuto, para ir até um trecho da BR 381 onde não haja possibilidade de desviar o trânsito. E explodir a pista.

Só muita fé em Deus, confiança na minha razão, a memória da criança que eu fui aprendendo valores éticos e minha família em casa para evitar que eu leve a sério esta possibilidade. 

O que me diferencia dos meus governos é que, ao contrário deles, eu controlo meu monstro interior. Eu não acho normal despedaçar uma família inteira, literalmente. Não quando os homens públicos mostram suas caras medonhas de canalha na TV, dizendo que a  quintessência do supimpa chegou ao Brasil porque eles se empenharam nos últimos anos.

PSDB? PT? PMDB? PV? DEM? PSB? Nenhum deles importa. O recheio deles é que está destruindo vidas e famílias inteiras aqui,bem no nosso nariz.

Esqueçam o nosso direito de ir e vir. Quem vai ter coragem de ir e vir quando se pode morrer despedaçado pelo caminho?

Esqueçam os impostos escorchantes que a gente paga. Quem vai procurar saber quanto destes impostos volta, efetivamente, para ser aplicado em prol de uma sociedade inteira?

Meus monstro interior está me dizendo o seguinte: "vai, passou da hora de termos novamente uma revolta armada nesta bosta. Com sua capacidade e conhecimentos, seria tão fácil ser reativo! Chega de ser bundão, cara!"

Aí minha razão me diz que eu seria condenado como terrorista, exposto em praça pública, seria considerado um pária, um bandido demente. O julgamento mundial me consideraria um câncer social, apelando para a violência num país democrático e pacífico.

E ninguém se lembraria que este país é violento e cruel, sanguinário e omisso, através daqueles em que a gente a cada quatro anos é obrigado a mancomunar. É pra que o desvario seja normal pela constância e chancelado pela nossa participação - obrigatória, diga-se - que temos que ser cúmplices da nossa própria chacina?

Mais uma família hoje entrou para estatística do genocídio contra brasileiros na BR 381. Se eu pudesse recomendar aos colegas de blogs e de imprensa, diria para não tentarem sequer mensurar a destruição emocional que ficou. Eu sei como é sentir 10% dela, e só estou vivo ainda por outro milagre. Sem muletas químicas ilegais e sem psiquiatria profunda para me sustentar, o que me resta é perguntar de novo:

ATÉ QUANDO O GENOCÍDIO PODE SER CONSIDERADO NORMAL, BRASIL?

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