terça-feira, 29 de março de 2011

Chernobil ao lado do Hiper

Em 26/04/1986 o reator 4 da usina nuclear de Chernobil, na Ucrânia, desmantelou-se em uma grande explosão que reacendeu na humanidade o medo do átomo, de uma forma que não se via desde Hiroshima e Nagasaki.

As causas do acidente de Chernobil talvez não sejam apuradas por inteiro jamais. Até porque aproximar-se da usina ainda é letal, mesmo passados 25 anos da nuvem radioativa que se formou lá. Segundo a revista Veja, edição de 23/03/2011, o esqueleto de um piloto de helicóptero (que tentava controlar o desastre) está ao lado da usina até hoje. ninguém tem coragem para ir lá resgatá-lo, e nessa altura dos acontecimentos aqueles ossos devem estar condenados a virar adubo mais cedo ou mais tarde.

Má notícia: estamos montando nossa própria Chernobil. Ali, ao lado do Hiper Comercial Monlevade, no prédio da Câmara Municipal. Tudo está correndo como o previsto e não como o planejado: um Legislativo dócil como Carneirinhos pastando, medidas de contenção ineficientes e inseguras, reatores ultrapassados em suas concepções(vereadores).

Mas a fissão nuclear está correndo a plena força. Tantas medidas polêmicas, em tão pouco tempo, tão desconectadas de nossa realidade, para gerar alguma energia adicional (dinheiro) a um governo perdulário. Daqui a pouco aqueles reatores entrarão em colapso, derreterão o núcleo e provavelmente mandarão uma nuvem radioativa sobre a cidade.

Os engenheiros chefes estão curtindo férias sabe-se lá onde, enquanto todo este processo de autodestruição se arma. É sempre bom lembrar: a fissão controlada do átomo é coisa para poucos, mas a fissão descontrolada do átomo atinge a todos em volta, num raio de milhares de quilômetros.

No reator 1 da nossa Chernobil, a venda de áreas públicas. Já está em processo final o derretimento das hastes de controle, aquelas que mantém a temperatura de trabalho em níveis suportáveis.

No reator 2, vai-se iniciar o processo de derretimento daqui a pouco, com a transformação do DAE em BDJM - Banco de Desenvolvimento de João Monlevade. Lembro-me que até há pouco tempo atrás, tanto eu quanto integrantes deste Governo considerávamos o DAE estratégico para a Saúde Pública. E que se encontrava em dificuldades de gestão. O remédio amargo para curar a Autarquia surtiu efeito e o DAE se curou. Bem, parece que chegou a hora de retirar a medicação que mantém o paciente saudável. Como ele vai sobreviver é questão para os técnicos da Administração Municipal explicar.

No reator 3, a fissão de átomos já está fora de controle. É evidente que o Legislativo está apartado da sociedade que o elegeu com outras e maiores perspectivas. Polêmicas estranhas à sua atividade-fim, tibieza de ações, falta de diálogo prévio para todas as matérias que promovem mudanças radicais na sociedade monlevadense.  O que virá por aí pode decretar o resfriamento ou a explosão do núcleo.

No reator 4, o que menos preocupa no momento, o processo de fissão nuclear ainda está sob controle. mas trata-se do reator potencialmente mais danoso para os donos desta "usina". É onde os átomos rebeldes estão reagindo de forma controlada apenas por enquanto, e com prazo determinado para acabar o material de resfriamento. 2012 está cada vez mais perto e este reator, ao contrário dos outros três em operação, é instável e imprevisível.

Ainda bem que não sou piloto de helicóptero em João Monlevade!

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