segunda-feira, 14 de março de 2011

Era uma vez no Oeste

Para quem se lembra, este é o título de um filme que é um ícone do faroeste espaguete (feito por diretor italiano e com alguns atores italianos também), segmento que marcou época das boas no cinema.

Bom, o que importa aqui não é o espaguete, mas o faroeste. E o quanto João Monlevade tem me lembrado dele. Pela tragédia e pela comédia, em tudo nos comparamos ao mar de areia, aos pistoleiros, às bolotas de galhos secos que rolam no chão.

Eis uma cidade e uma terra sem lei. Aqui cada um tem o seu quinhão do farnel. E num ambiente sem ordem, tudo que sobra é a desordem sem autor definido, mas com consequências muito bem conhecidas.

Eu estou em guerra, por exemplo, com todos os comerciantes que não são chegados a emitir uma Nota Fiscal. Porque eles contribuem para diminuir o VAF (que serve para aumentar a receita do município, em linguagem muito simples). Estou em guerra contra o uso de calçadas e ruas para aglomeração de show de boteco, com os usuários olhando com cara feia porque quero usar a rua para transitar com meu carro. Ora, pago impostos para poder trafegar com ele! Simples assim.

Estou em guerra contra a gestão amadora, em todos os níveis. Não que seja necessária esta guerra. Gestões amadoras afundam e pronto. Mas em esfera pública podem afundar uma sociedade junto. E isso eu não aceito para minha cidade. 

Estou em guerra contra a política miúda, que se concentra no troco e esquece o valor principal. Grandes questões exigem grandes mentes, e grande coragem. Estamos confundindo tudo e postando nos cabeçudos com muita braveza.

Antes o faroeste que funcione. Melhor ainda quando funciona sem ser faroeste.

O Drops de Sanidade já reivindicou uma vez e não custa repetir: sem o choque de ordem, pessoas são monstros incontroláveis e egoístas. Esta conjunção apodrece as relações sociais, que deveriam ser pautadas na responsabilidade solidária.

Quero sair do faroeste. E não vou sair de Monlevade, o que significa querer transformar Monlevade de um povoado poeirento e sem lei num ambiente saudável para seres humanos.

Um comentário:

Manthis disse...

Célio,
Excelente postagem! Monlevade está perdendo o bom senso coletivo pelo bom senso pessoal, o "egocentrismo" em todas as esferas.
Gostei também da coluna no Bom Dia! Uma excelente oportunidade de reflexão e outros olhares! Estou vendo que a himbernação está favorecendo idéias muito boas para suas postagens.
E vamos subindo a montanha. A sua corda está sempre muito bem jogada.
Abraços!