quinta-feira, 10 de março de 2011

Gente de verdade

A pessoa virtual nunca é do mesmo tamanho que a pessoa de carne e osso. Isso é um fato da vida moderna, tanto quanto a vida moderna vende "upgrades" para se manter atual aos nossos olhos. Por isso seu celular, seu notebook, sua câmara nunca serão de ponta. Estarão sempre uns dias atrasados, no mínimo. Porque a vida moderna precisa se vender de novo, e de novo e de novo, todos os dias.

Prefiro pessoas de carne e osso. Trazem em si uma dignidade ímpar, que nenhum espaço virtual é capaz de simular ou recriar. Podem ser portadoras de uma dignidade miúda, como eu mesmo. Podem ser portadoras de uma dignidade imensa, como D. Luzia do Cartório, por exemplo. Mas são todas dignas. E isso o ambiente virtual não tem.

Por isso minha teimosia em lidar com pessoas de carne e osso. Mesmo através deste espaço virtual aqui, onde aconteço numa escala muito menor da que sou na vida de carne e osso. Por que prefiro assim?

Porque houve um tempo em que as pessoas eram íntegras, mesmo tendo alcances menores. Hoje podemos atingir distâncias muito grandes, mas o que chega é apenas uma pequena fração do que somos realmente. E não sei se esta mudança nos favoreceu ou se está contribuindo para que fiquemos cada vez menores.

Até desaparecermos no amontoado de pedaços virtuais que está transformando o mundo.

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