quarta-feira, 30 de março de 2011

Sobre chão de vidro fino

Algumas vezes nos encontramos nessa situação. Sequer imaginamos como aconteceu da terra sólida e amistosa dar lugar ao vidro, frio e estreito, perigoso e escorregadio. Só estamos ali: o chão de vidro fino sob um corpo que tem massa e peso. E a gravidade, fazendo o trabalho dela sem se importar com a gente ou com o chão.

Respirar é perigoso. Tossir é perigoso. Tentar o telefone é perigoso. Viver é perigoso...

O vidro pode aguentar. Pode não aguentar também. A paciência pode aguentar. Pode não aguentar também. A mente, com certeza, não aguentará a expectativa. será a primeira a ruir, porque somos feitos de vontade de segurança.

E quando a mente ruir, algo mais irá quebrar. Se é a paciência ou o vidro, se é a alma ou a coluna vertebral, não há como eu dizer. Mas irá quebrar em pouco tempo.

Debaixo do chão de vidro fino pode haver um buraco de um metro ou um abismo de um quilômetro de profundidade. Se for o abismo, o fator medo irá acabar com qualquer sanidade possível. Não é uma boa situação a se vivenciar.

E caminhar. Se o vidro vai se quebrar ou não já não pertence ao nosso destino. Mas caminhar ainda pertence. Se eu fosse um guru de sabedoria, daria apenas um conselho: para a direção onde a terra sólida e amistosa estiver mais perto. O resto não vai importar, acredite em mim.

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