terça-feira, 24 de maio de 2011

Agenda Política

Sinto que a falta de uma agenda política séria está fazendo o município trafegar em marcha lenta, há muito tempo. Gosto sempre de lembrar o óbvio: o Brasil confunde Agenda Política com campanha, o tempo todo. E isso não é saudável nem inteligente.

Portanto, falemos da ausência de uma agenda política de qualidade, que independa de campanhas eleitorais e que promova uma discussão real sobre os caminhos que João Monlevade poderá seguir no futuro.

Por um lado, é positivo que o município tenha retornado com o Orçamento Participativo, que considero uma agenda política de menos densidade. Ele busca pequenos remédios para males pontuais. Na outra ponta, todos estes anos que passaram sem um Orçamento Estruturante fizeram com que Monlevade se congelasse no tempo.

Imaginem o que poderia ser pontuado, o tempo inteiro, como agenda política para as comunidades afetadas por violência, por exemplo. A Polícia Militar realiza geoprocessamento de incidências penais em todo o município, e nunca foi convidada a apresentar os dados em um Fórum popular. O conhecimento dessas realidades poderia ser aproveitado para os planejamentos de longo prazo. Isso é uma agenda política de qualidade.

José Henriques, editor do Blog Ugly Dark Side e um dos mais sóbrios analistas de cenário em Saúde Pública que temos (do ponto de vista do planejamento e da estruturação) também jamais foi convidado para nortear um Fórum semelhante.

Em matéria de Educação Pública, também possuímos profissionais de gabarito inquestionável. O trabalho de pensar um município para daqui a quatro anos resulta em uma enviesada campanha eleitoral de má qualidade. Passou da hora de pensar um município para daqui a dez, doze anos. 

Se o nome "Agenda Política" causa calafrios (por responsabilidade exclusiva dos muitos debilóides que se apresentam como seres políticos, quando são apenas seres eleitorais) podemos pensar em "Agenda Estrutural", "Agenda Gerencial" ou qualquer outro. Até mesmo podemos deixar sem nome algum.

Porque o que conta, nestas situações, é a vontade pelos resultados práticos e voltados para o futuro de todos os monlevadenses.

Um comentário:

Manthis disse...

Obrigado pela referência, Célio, mas ainda não sou tão sóbrio assim! Preciso ainda aprender e muito sobre estes meandros políticos que não entram na minha caxola de homem prático.
E vamos subindo a montanha!