sexta-feira, 6 de maio de 2011

Comentário que publiquei no Blog "Cutucadas"

Eliane, obviamente sua análise possui muitos bons fundamentos. Entretanto, se me permite a liberdade, ouso afirmar que ela contém um componente perigoso: o coitadismo.

Somos movidos pela bondade quase sempre. Por isso tendemos a procurar uma saída honrosa, geralmente o coitadismo, para as pessoas e para seus atos.

Mas não é necessário. Raras são as pessoas realmente coitadas, vítimas do que se poderia chamar destino ou sina. Pessoas são atores e vítimas (quando ocorre) de suas escolhas racionais e de suas vontades nem tanto.

Posso te afirmar com segurança que Gustavo Prandini é uma pessoa capacitada para pensar e agir por moto próprio. Não estou emitindo juízo de valor aqui. Nem me interessa se o Bem ou o Mal são elementos a ponderar. O que me motiva a escrever para você é que Gustavo, como muitos de nós, realizou escolhas.

No momento de realizá-las, ele não se sentiu coitado e nem considerou como coitados aqueles a quem decidiu desonerar do ofício de caminhada conjunta.  Agiu corretamente quando fez isso, porque havia e há um projeto em andamento que simplesmente não previu a presença de algumas pessoas dentro dele.

Portanto, agora, continua-se sem haver coitados a amparar. No universo da razão pura, escolhas predeterminam resultados. E assim o mundo caminha, mal ou bem.

O que podemos fazer é cuidar bem de nossas escolhas, porque sempre haverá gente como eu, que não considera o coitadismo como algo lógico. Sobrevivi apesar dele e não graças a ele.

Talvez este seja o maior presente que possamos oferecer a qualquer humano. A chance de se engrandecer em suas escolhas, sejam elas boas ou ruins conforme o tempo as depurar.

À parte o coitadismo do seu texto (minha opinião, apenas), sobressai nele uma maravilhosa reflexão sobre a natureza humana. Parabéns!



1 - Há pequenas alterações de conteúdo entre o comentário original e esta citação.

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