Tenho dois filhos que considero o maior legado da minha vida insignificante, para deixar neste mundo depois que minha história estiver completa. Acho que o mundo se orgulhará deles e, portanto, não precisará se envergonhar de mim enquanto educador.
Já plantei tantas árvores que nem me lembro mais. Sei que ainda é nada perto daquelas que ajudei a cortar, simplesmente porque vivo neste mundo que consome coisas. Mas colaborei minimizando o meu impacto ambiental de estar vivo aqui e agora.
Já fechei, então, 66,6% do meu ciclo. "Ter um filho, plantar uma árvore, escrever um livro". Talvez eu possa ser condescendente comigo mesmo, dizendo que o livro eu escrevi, só não publiquei ainda. Publicar não seria tão importante assim...
Brincadeira. Publicar, principalmente no Brasil, é coisa para quem tem muita garra nas veias. Este país não gosta de livros, não gosta de escritos, não curte a linguagem enquanto instrumento de difusão cultural. Lutar contra essa realidade triste é para quem supera o fato de ser simples mortal.
Pode ser que no futuro eu consiga publicar um livro. Pode ser que não. Mas tudo bem, sou brasileiro e com 66,6% de aproveitamento eu consigo ser aprovado. Aqui o máximo que precisamos é algo como isso mesmo.
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