quarta-feira, 1 de junho de 2011

Análises políticas de risco

Faltando ainda cerca de 16 meses até a eleição de 2012, uma análise de cenário eleitoral envolve um grau de risco altíssimo, podendo se revelar completamente equivocada quando chegar o dia "D". Mas uma das vantagens de se fazer análise de cenário é a de que podemos ser questionados pela análise atual, nunca pela que erramos há 16 meses atrás.

Hoje, vejo uma disputa entre quatro vertentes. A primeira delas tem a ver com a situação desconfortável do PT, avalista final de um governo em que não diz coisa alguma, escuta o que não precisa escutar, fica com os abacaxis e não vê espaços abertos para os seus próprios militantes.

As duas alternativas: candidatura própria com um vice puxador de votos ou uma vaga de vice negociada com alguém sério, para não repetir o erro de 2008.

A segunda vertente é o PMDB, que hoje pretende se firmar como partido político de primeira grandeza, novamente. O maior partido do Brasil, o mais capilarizado em representações municipais, o mais favorecido pelo índice de rejeição (é baixo) não deve ficar de fora por mais um pleito. Atualmente Dorinha Machado e Conceição Winter são os nomes de ponta, mas encontram-se como água e óleo.

As duas alternativas: ambas entram em consenso e formam uma chapa pura e feminina. Seria uma boa chapa, facilmente vendável enquanto bom produto político, e representando ainda a renovação através da experiência. A reação dos eleitores é uma incógnita agora. Eu já estaria fazendo pesquisas para verificar a viabilidade.

Ou uma delas se desgarra e busca uma aliança com o PT. Neste caso, Conceição tem mais probabilidades de buscar esta aliança.

A terceira vertente é o grupo político de Mauri Torres. Atualmente não há um nome consolidado e é provável que muitas conversas estejam acontecendo para filtrar o eventual candidato. Como vem de uma derrota eleitoral desconcertante, é de se imaginar que muitos erros estratégicos sejam aplainados para evitar a repetição dos mesmos.

As duas alternativas: ou Carlos Moreira contorna sua maior fraqueza (problemas com a justiça eleitoral) e se lança, ou mais dois nomes se consolidam para tentar a vitória, tendo o comunicador como cabo eleitoral de luxo. Não há possibilidades de coligação fora das bases naturais e locais, nestes dois casos.

A quarta vertente é representada por Gustavo Prandini. Ocupando a cadeira, é difícil que ele não queira manter-se nela, por questão até de brio. Mas há muito tempo a carreira eleitoral de Gustavo foi para o ralo da história, embora sua carreira política esteja ainda no início. Afirmo que há uma diferença entre ambas porque há. A carreira política sobrevive mesmo quando a eleitoral já foi enterrada pela população.

As duas alternativas: ou Gustavo se lança e tira votos válidos do balaio, neste caso tirando-os exclusivamente das candidaturas que se afirmam mais à esquerda, ou se lança com um segundo nome sem expressão política consolidada (como cabeça de chapa ou mesmo como vice deste segundo nome), uma vez que sua presença ao lado de um competidor já conhecido afastaria votos importantes. E qual competidor conhecido se sente confortável, hoje, para dividir um palanque com Gustavo Prandini?

De qualquer forma, arrisco um palpite com maior chance de precisão: haverá três grandes chapas concorrendo à Prefeitura de João Monlevade em 2012. A diferença entre vitória e derrota será mínima, novamente. Mas há fatos novos no ambiente, um dos quais reside no fato de que muitos bons nomes, em escala secundária, estarão planejando estratégias e caminhos. Quem souber aproveitar melhor esta variável, terá muito mais chances de acertar o objetivo final.

Peço desculpas aos leitores se não deixei em esfera partidária os quatro fatores sob análise. è que em João Monlevade Mauri Torres e Carlos Moreira não mantém um partido político sólido e imutável, mas trabalham com blocos de legendas. Mérito para ambos e demérito para os que se aliam apenas como legenda de aluguel para compor horário e pedir favorzinhos.

E o Partido Verde não deve ser levado a sério no Brasil. Levará uns dez anos de muito trabalho para recuperar o título de Partido Político, se os bons nomes não migrarem para outras legendas. Marina Siulva que o diga!

Nenhum comentário: