quarta-feira, 1 de junho de 2011

Fim do mundo

Volta e meia alguém se lembra de anunciar este evento. Alguns já quebraram a cara e outros ainda vão quebrar a cara (no caso dos arautos de 2012). Mas, numa reflexão serena, como pode acabar algo que já não existe?

O mundo acabou. Muitas vezes antes de eu nascer, ainda ontem, e muitas vezes depois que eu morrer, amanhã.

Olhem em volta com cuidado. Tudo está aparentemente no lugar, mas nós - humanos - não estamos no lugar faz tempo. Estamos fora de sintonia com o planeta e com os valores que uma dia justificaram nossa presença aqui. Somos uma espécie belicosa, hostil, violenta.

Somos capazes de criar mecanismos que destruiriam a Terra em segundos, caso disparados. Mas nossa natureza, para piorar, é covarde e mesquinha. Ninguém aperta o botão que vai detonar o mundo, porque detonar uma estrutura acabada é perda de tempo e de oportunidade de faturar alguma coisa.

Somos ainda ingênuos ou picaretas quanto a nossa própria bondade. Nos derretemos quando nasce uma criança em família, para dali a alguns anos criticar o pequeno monstrinho que ela se tornou. Ignorando o fato de que toda criança precisa de um espelho adulto para se transformar.

A ganância corre em nossas veias em muito maior quantidade que o sangue. O ódio nos movimenta de modo muito mais eficiente que a solidariedade. O rancor nos tatua a pele, com maior visibilidade que qualquer tinta moderna.

E é assim que somos. Não pretendo me colocar acima ou abaixo dessa porcaria que é a raça humana, porque sou humano. O que pretendo é dizer: vamos deixar seguir como está, porque acabou faz tempo e nós, empenhados em nossa mediocridade de viver um dia de cada vez, nem percebemos.

Fim do mundo? Conta agora a do rinoceronte na loja de cristais...

Um comentário:

Anônimo disse...

o fim do mundo nao pricisa de anuncio ele ja ta acontecendo no brasil e tambem em jota monle