sexta-feira, 3 de junho de 2011

Jacuí - Do preconceito ao deboche

Quem conhece um pouco da história monlevadense sabe: o Jacuí é o exemplo perfeito da divisão de classes sociais que contamina a humanidade desde sempre. Nos primórdios de nossa invenção enquanto cidade, os moradores eram distribuídos em três aglomerados principais.

O primeiro era o Vila Tanque, destinado aos integrantes de escalão superior e avançado da então Belgo Mineira. O segundo era a Cidade Industrial, destinado à moradia dos integrantes de escalão intermediário. O terceiro era o Jacuí, destinado aos que não se enquadrassem nas duas categorias anteriores.

Uma olhada superficial sobre os três bairros, hoje, demonstra claramente o que quero informar. desde o conjunto arquitetônico até à própria localização, é bem simples entender esta divisão de categorias sociais.

Portanto, o Jacuí nasceu sob o jugo do preconceito e assim tem vivido, ao longo destes muitos anos de existência. Diga-se de passagem, tem vivido com decência, com dignidade, com valores morais sólidos e com uma tenacidade que muitos outros aglomerados populacionais no Brasil não ousariam demonstrar. Mas tem vivido sob a ótica de um preconceito inexplicável, porque dali sairam muitos braços e mentes para consolidar a Usina.

Preconceito contra o Jacuí, portanto, não é invenção do Governo municipal de agora. A esmagadora maioria dos governos passados também militou nesta seara. A novidade deste Governo é o deboche com os moradores do Jacuí.

Cadê o asfalto da Avenida Vereador João Braga? Não foi prometido há muito tempo e reafirmado como promessa há poucos dias? Terraplanar a via pública e deixá-la daquele jeito só se justifica pelo âmbito do programa contra a fome.

Porque nesta condição restaria aos moradores comer poeira, para saciar a fome de cidadania. Do preconceito ao deboche, não sei qual dos dois é pior.

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