quinta-feira, 21 de julho de 2011

Comentário de Leitora

Pois é,meu amigo,e você falando em capina,entulho,etc,ontem,por volta de 10 da manhã,no cruzamento da rua santa luzia com com alberto scharlé,um pouquinho mais abaixo,meu sogro,com 58 anos,caiu num esses buracos da cidade,e ficou com o pé preso.Um vizinho o ajudou se levantar e ele foi pra casa mancando.Detalhe,precisou ir para o hospital Margarida,ficando lá por horas até ser atendido,quebrou o tornozelo,está sendo medicado em casa para se internar no sábado ás 7 da manhã,para fazer uma cirurgia.E aí,quem arca com as despesas?E a tristeza dele não poder participar do casamento do próprio filho no sábado?E a minha tristeza de não tê-lo perto nesse dia já que não tenho pai?Pois é,essas e outrs perguntas não tem resposta.Ela que é um homem ativo ,participa das caminhadas com o Wir Caetano do Mato a dentro,vai ficar um bom tempo de molho.E aí? Não conseguimos adiar o casamento...bem,vamos ver o que mais acontece,até,que alguém tome uma atitude quanto á esses buracos fantásticos que Monlevade tem.Só pra constar,eu estava acabando de chegar em Monlevade ontem de manhã,quando ocorreu esse fato!Tinhamos acabado de pegar essa Br terrível e dando alívio e graças á Deus ,por chegarmos todos bem.Pois é meu sogro,paciência!!!
21 de julho de 2011 09:30

O comentário foi enviado pela leitora Cláudia Batista, que sempre visita o blog, e me deixou muito entristecido. Em primeiro lugar porque a coincidência deixou claro que somos, sim, cidadãos abandonados. No Brasil inteiro, é bom lembrar. 
Em segundo lugar, porque existe uma pequena parcela da população - em qualquer cidade - que busca seus direitos mínimos. Porque esta pequena parcela cumpre com seus deveres mínimos, e reciprocidade revela humanidade.
Vou tentar responder à pergunta da Cláudia sem ofensas e com rigor lógico. Quando alguém se fere por um buraco na calçada, o morador da residência a que a calçada pertence pode ser responsabilizado pelos prejuízos, bastando ficar comprovado que por sua ação ou omissão é que o acidente aconteceu.
Quando o buraco está na via pública, o Poder Público é responsável por arcar com estes prejuízos de forma automática. Isto se chama responsabilidade objetiva, isto é, o Poder Público não possui a prerrogativa de eximir-se da culpa. Aconteceu, ele é responsável. Porque somente o Poder Público tem o dever de manter a propriedade pública sempre em boas condições de uso e de funcionamento.
Por isso alertamos sempre sobre o quanto o ato de governar envolve responsabilidades sérias, que devem ser encaradas com seriedade e competência. Dinheiro público é sempre farto na arrecadação e sempre escasso na aplicação, daí que os grandes gestores sabem como aplicá-lo em prioridades e os gestores medíocres aplicam-no em frivolidades e projetos pessoais mesquinhos.
Deixo claro que a realidade de gestão monlevadense é ruim há tempos. Que a realidade de gestão no Brasil é ruim há tempos. Mas este evento aconteceu aqui e agora, num momento em que nossa realidade de gestão é a pior que já vi em minha vida.
Eu lamento o acidente, Cláudia, pelo seu sogro e por vocês todos, e recomendo buscar a solução dialogada com o responsável (proprietário do imóvel ou Prefeitura, conforme o caso) para que a família não tenha prejuízos financeiros ao lado dos prejuízos emocionais já causados. E ainda pode-se buscar a Justiça pelo Poder Judiciário, caso o diálogo se mostre impossível.
E vamos continuar tentando fazer de nossa cidade e nosso país um lugar mais digno para que a gente possa sobreviver. Porque viver já está se tornando uma utopia.

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