sexta-feira, 1 de julho de 2011

Culto à coerência

Conforme prometido (ou ameaçado, depende de quem interpreta) ontem, a Sexta-Feira inicia uma pequena série de artigos no Drops, que vão tratar da coerência. Vamos tentar primeiro delimitá-la:

Coerência s.f. União das diversas partes de um corpo.
P. ext. Ligação, conexão, de um conjunto de idéias ou de fatos, formando um todo lógico.

O ponto crucial de nossa análise, para o atual momento de João Monlevade, descarta a existência dela (a coerência) em nossa esfera governamental. Primeiro porque a união das diversas partes não existe neste corpo, e pronto. Os pedaços não dialogam entre si exceto, talvez, para tentar o estelionato reciproco. Quanto um corpo se debate em pequenos golpes contra si mesmo, a sua chance de sobrevivência é muito pequena.

Por extensão, inexiste a conexão de um conjunto de ideias ou de fatos, formando um todo que seja lógico. Defino o atual governo com palavras que Alan Greenspam (Ex presidente do FED americano) tornou eternas: "Trata-se de uma exuberância irracional."

É isso. Nosso governo teima em se mostrar exuberante, de uma forma que muitos de nós consideram irracional. Porque não há a mínima parcela de coerência entre o que é dito que aconteceu e o que nós vimos como aconteceu.

Por ser o primeiro texto de uma série, não vamos nos aprofundar em detalhes. Vamos apenas relembrar um fato. Incoerente, claro, como é de acontecer com nosso governo local.

Trata-se da questão das áreas públicas sob permissão de uso. A Prefeitura Municipal, que é grileira de área que não lhe pertence para fazer funcionar sua sede, tomou dores de paladina da moralidade. Faltou coerência em níveis abissais, porque o ato era correto, porém adotado por quem agia incorretamente em questão idêntica.

Veremos se o terreno onde se situa a sede da Prefeitura Municipal de João Monlevade, que pertence à Caixa Econômica Federal, vai passar pelo mesmo método de retomada que a Prefeitura utilizou anteriormente em relação às áreas públicas do município.

Aí ficará mais simples a gente retomar nossa conversa sobre a coerência, ou a falta dela, no correr de uma vida.

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