sexta-feira, 1 de julho de 2011

O "Efeito Neymar"

Vamos continuar o nosso papo unilateral (rsrs) sobre a coerência? Que tal pegarmos como exemplo o jogador de futebol Neymar, do Santos Futebol Clube?

Primeiro, não considero o Neymar um candidato natural a ídolo brasileiro. Longe disso. Compará-lo a Pelé é uma temeridade pela diferença de épocas e de talentos, embora seja perfeitamente natural pela calhordice. Ambos se atrapalharam no quesito da paternidade responsável.

Compará-lo a Ayrton Senna é uma temeridade ainda maior. Senna reinou entre gigantes, enquanto Neymar está rodeado de pernas de pau (com raríssimas exceções). Sobressair em meio ao lamaçal é fácil. Difícil é fazer como Senna, que brilhou entre muitos diamantes.

Porém, uma coisa é necessário dizer em relação à Neymar. Ele funciona. Ele entrega o que promete. Ele traduz com resultados aquilo que antecipa com conversa que parece fiada. Por isso sua arrogância irrita e é desnecessária, mas não tem como ser arrasada pela crítica sem fundamento.

Neymar é arrogante? É. Neymar é mimado? É. Neymar tem resultados abaixo da arrogância e do mimo que recebe? Não.

E isso encerra a minha discussão sobre Neymar. Posso não gostar dele até o fim de sua carreira, mas até aqui tenho que tirar o chapéu para os resultados que ele produz. E ponto final. Ou Neymar se transforma num medíocre ou não vou mais falar mal dos seus resultados.

João Monlevade precisa do "Efeito Neymar". Eu, que adoro este lugar e esta terra, gostaria que tivéssemos um Neymar ainda melhor que o original. Quer tivesse o talento monstruoso e a humildade monstruosa juntos num só corpo, para bem cuidar de João Monlevade.

Por outro lado, eu me conformaria em ter um Neymar idêntico ao do Santos. Que tivesse um talento monstruoso, com resultados fáceis de comprovar, mesmo que tivesse um temperamento de dar nojo em qualquer um. O sacrifício de aguentar o entojado seria compensável pelos bons resultados na equação final.

A tudo isso que escrevi, aplica-se o conceito da coerência.

Incoerente é termos um Neymar de araque, que joga como o Marcelo Nicácio, entrega resultados de dar ódio a qualquer amante do bom futebol, e ainda é tão arrogante quanto o original do Santos. Claro que o Neymar de araque tem chiliques de verdade, porque se acha. É incapaz de ver no longo alcance. E tem uma cortina de fantasia na frente dos olhos e por isso, mesmo no curto alcance, o que ele enxerga ninguém mais vê.

Contra a incoerência, não há remédio. Nenhum analista, nenhum conselheiro, nenhum amigo, nenhum adversário, enfim nada poderá levar um pouco de sabedoria e humildade a quem é, por natureza e vontade, incoerente entre o que promete e o que tem condições de cumprir.

Este é o nosso maior problema, enquanto corpo de cidadãos, para enfrentar em João Monlevade. Procuramos, procuramos, e não vemos nada do que é afirmado existir. Vemos o contrário, mas aí aparece alguém para dizer que trinta mil olhos estão errados e apenas vinte deles estão corretos.

Acredite quem quiser. Eu vou torcer para que a coerência surja e que o "Efeito Neymar" se estabeleça em João Monlevade. Do jeito certo, em que um craque de verdade esteja no comando das coisas. Mesmo com um temperamento muito ruim.

E para encerrar, eu acredito também é naqueles trinta mil olhos.

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