quarta-feira, 6 de julho de 2011

É no consignado?

Ok, é a segunda vez esta semana que alguém que eu estimo demais me rebaixa a "degradador de governo". Fui cobrado de forma enérgica para falar que a rotina administrativa está funcionando como sempre, enquanto setores de mídia estão avacalhando como nunca.

São pontos demais a considerar. Já foi dito aqui no Drops sobre a rotina estar funcionando normalmente. É claro que está. Isso não significa esquecer a promessa de que ela jamais seria a mesma nem funcionaria normalmente. Funcionaria mais, e muito melhor (segundo a palavra empenhada).

Somos humanos. Se meu coração está funcionando como sempre funcionou, agradeço mas não penso muito sobre isso. Estou interessado no que meu cérebro pode fazer, amparado pelo trabalho silencioso do coração. Sempre foi assim, por que devo mudar meu entendimento agora? Meu coração não é imbecil. Ele não vai querer parar de vez para me demonstrar sua importância, porque senão vai morrer junto comigo, não é?

"Nunca se viu tantos investimentos na cidade acontecerem em tão pouco tempo."

Eis aí um ponto para meu cérebro analisar. Existe uma verdade e uma armadilha nesta afirmação. A verdade é que há muitos investimentos sendo feitos na cidade. Mas estão vindo da iniciativa privada. O Poder Público está utilizando empréstimos públicos para realizar seu trabalho de base.

E empréstimos públicos caracterizam dívida a ser paga no futuro. Vamos resumir:

Investimento público puro: Universalmente conhecido como dinheiro público aplicado em uma sociedade, em que ela se solidariza com um pequeno pagamento de volta (de cinco a vinte por cento do total).

Empréstimo público: Universalmente conhecido como "pindura". É dinheiro público também, mas a sociedade beneficiada por ele se compromete a pagar tudo (cem por cento) em prestações. É como o crédito consignado. Quando é usado com inteligência, traz benefícios. Usado com falta de responsabilidade é uma bomba relógio.

Nossas principais conquistas estão calçadas em crédito consignado, com prestações que avançam para outros três ou quatro mandatos de Prefeito (mandatos consecutivos, a priori não ocupáveis por Gustavo Prandini) e preocupantes porque demonstram a total indiferença para com o futuro administrativo do município.

É para se comemorar? Para quem não vivenciou as frustrações da gestação e do parto de um natimorto, pode até ser alvo de comemoração. Para os demais, os já tombados e os ainda vivos para lembrar a História, é para lamentar profundamente.

E, se ainda existe dignidade em entender um bom conselho, aí vai: é bom evitar o excesso de empréstimos. Eles serão pagos, um dia. Por gente que não está podendo opinar sobre a propriedade de tomá-los ou não nestes volumes. E a um custo social muito alto para as próximas gerações de monlevadenses.

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