sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Consignado de credibilidade

Uma das principais características de todo político ruim de serviço é a de se cercar de credibilidade "emprestada". Funciona mais ou menos assim: certo de que é mesmo o supra-sumo de tudo que há de bom, como as Meninas Superpoderosas, ele não entende o fracasso como algo seu. É um fator alienígena que, portanto, tem solução alienígena também.

A partir desta conclusão, cerca-se de pessoas idôneas e bem-intencionadas. A ironia amarga faz com estas pessoas, dado o caráter íntegro que possuem, relevem ao máximo a fragilidade estrutural de competência do assessorado.

Falo de uma categoria em particular. Nessa equação devem entrar também os malandros velhos, mas estes são fáceis de identificar. O que me intriga é porque pessoas ímpares em sua construção ética levam tanto tempo, para perceber a armadilha em que se meteram.

É uma matemática perversa: o assessorado agrega valores que não possui e não acredita neles, os bons assessores são respingados por uma natureza que não tem em sua trajetória de vida e os espectadores tentam separar, como puderem, um dos outros.

Em João Monlevade os exemplos pipocam: evitarei mencionar nomes porque não é necessário. Evitarei mencionar datas porque a situação não vem de agora, mas de muito tempo atrás. Evitarei comparar com o passado em que homens públicos nivelavam por cima, porque este passado acabou. O que não me impede de sonhar com uma reedição modernizada deste passado glorioso.

A pergunta que fica é: quem ganha e quem perde com esse empréstimo de grandeza e credibilidade?

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