segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Intervenção Federal em MG

O Estado de Minas Gerais, com a recusa em aplicar a legislação federal que versa sobre o Piso Salarial dos Professores em todas as suas modalidades de remuneração, está atualmente incurso no pré-requisito para que a União intervenha a favor da ordem jurídica.

O mesmo ocorre ainda em outros entes federados, mas a situação é pior porque nós somos vítimas dela. Somos vítimas duas vezes: porque somos taxados pesadamente e porque somos lesados com escárnio, à revelia da própria legalidade.

Não adianta alimentarmos muitas esperanças. A própria União jamais tomará a atitude de defender o povo. Povo, no Brasil, é um animal mítico que só tem valor em épocas eleitoreiras. Na maior parte do tempo, o povo é apenas um estorvo ou uma manada que gera custos inalcançáveis pelo dinheiro que sai do seu próprio suor, para manter tudo funcionando como funciona no país inteiro: mal e porcamente.

Falta de dinheiro nunca foi o problema maior do Brasil: neste exato momento, obras para a Copa do Mundo estão consumindo boa parte dele. Vamos doar um estádio de futebol inteiro para o Corinthians, porque é o time do coração do ex-Presidente Luís Inácio da Silva. Se a moda pega, iremos pagar por estádios para todos os clubes de futebol do país, em pouco tempo.

Quando estes estádios estiverem prontos, iremos morrer como moscas nas estradas assassinas que ligarão uns e outros. Mas, e daí? O povo que fique em casa e não vá ao futebol, se não gosta da situação. Nossos filhos estão sem escolas há 90 dias em Minas, que está mandando uma banana para a Legislação Federal. Mas, e daí? As crianças que fiquem em casa enquanto esperam os estádios ficarem prontos. Vão torcer com muito mais conforto, se puderem pagar pelos ingressos da farra, mais tarde.

Falta homem no País inteiro. É triste constatar, porque é o reconhecimento de nossa nulidade. Não demos certo enquanto nação. Daqui a pouco não estaremos dando certo nem como acampamento.

Para os que vivem em sua Dinamarca particular dentro do Brasil, meus cumprimentos. Porém, um alerta: quando os que deveriam praticar a justiça social se omitem ao ponto da criminalidade, a criminalidade assume o papel de promover uma justiça social torta, à sua própria maneira.

Uma barbárie não justifica a outra. Nunca. Mas até mesmo os mais dóceis atingem seu limite de tolerância contra a barbárie anterior.

Um comentário:

Anônimo disse...

Isso mesmo Celio,vivemos mesmo num pais de otarios onde e' mais importante construir trem bala e estadios do que atacar as prioridades. So' para se ter uma ideia,os 30 bilhoes iniciais para o trem bala daria para reformar e equipar todos os hospitais beneficentes do Brasil que estao sucateados e em peticao de miseria. Posta o que escreveu num grande jornal do estado, pois as ideias possuem mais poder que armas e levedam toda a massa pensante.
Lucien