sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Trabalhar de graça

Muitos profissionais podem se permitir este luxo, sem cair na vala comum do raciocínio: "Este aí, só de graça mesmo..." E João Monlevade pode se orgulhar, porque muitos profissionais de gabarito excelente prestam serviços voluntários no município.

Existem três situações clássicas onde a excelência pode ser colocada a serviço de alguém, sem gerar custos que seriam merecidos e honestos:

1 - Quando o cliente é sabidamente vulnerável do ponto de vista econômico. Aos pobres de dinheiro, a cidadania pode ser oferecida de graça mesmo, porque assim se corrige alguma distorção do nosso universo social.

2 - Quando a relação afetiva, de respeito e de confiança é suficiente para não se cobrar pela competência técnica, mas ainda assim é insuficiente para que o profissional não se declare impedido de trabalhar por suspeição. Não se trabalha de graça (e nem mesmo cobrando caro) pelo amigo íntimo, porque isso vai contra as regras da boa ética e da seriedade profissional.

3 - Quando o Poder Público, em exercício de cidadania plena, solicita o sacrifício pessoal em nome da coletividade. O cidadão de bem e de caráter não se furta de prestar o trabalho voluntário que beneficie uma sociedade inteira. Neste caso o Poder Público deve comprovar que suas finanças estão em risco, porque ele não deve obter privilégios desmesurados.

Fora destas três hipóteses, o que resta é contratar o trabalho meia-boca, e ter a humildade suficiente para entender e aceitar as críticas que surgem dos bons técnicos. Preferencialmente, não se deve pagar caro pelo trabalho, para não evidenciar ainda mais uma condição específica de incompetência generalizada.

O caminho do amadorismo conduz à dúvida profissional e geral. Assim será até o fim dos tempos. Mais tarde seguirá a conclusão do artigo e do raciocínio.

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