segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Respeito e divergência

Está passando da hora de lembrar, mais uma vez: a divergência é enriquecedora. Eu a adoto como meio de operações em minha vida, mantendo um respeito profundo por quem diverge de minhas ideias e posicionamentos.

Sendo humano, fico magoado com a divergência que é dirigida a mim. Portanto, tenho que aceitar a mágoa quanto à divergência que dirijo a alguém. O que não aceito é a transformação dessa mágoa em ódio irracional. Não faço isso, não permito que façam isso comigo.

Feita mais uma vez essa lembrança, aproveito este tópico aqui, do meu amigo e leitura obrigatória de todo dia Zé Henriques, para realizar um turnover de dissidência.

O mundo estava prometendo coisas demais para Gustavo Prandini quando ele se candidatou ao cargo maior do município. Às vésperas ainda da eleição de 2008, a projeção arrecadatória de João Monlevade apresentava uma curva de crescimento considerável, podendo atingir os 180 a 200 milhões de arrecadação anual.

O mundo econômico transformou essa realidade em pó. E a ausência de uma assessoria afinada para delimitar a zona de conforto para Gustavo - o exato meio termo entre a determinação política e o equilíbrio fiscal - cuidou de dizimar o que seria seu governo.

O pouco que conheço do político Gustavo Prandini me permite afirmar que é um homem de intelecto. Ele não é um garotinho ingênuo, que pudesse ser levado de roldão pelas mentes circunvizinhas. Portanto, o resultado final de sua passagem pela Prefeitura terá o seu DNA impregnado, a sua vontade registrada e a sua habilidade política posta em valorização definitiva para seu futuro.

Admitir tudo isso é questão de respeito democrático. Manter a divergência é questão de princípios e segue uma lógica inarredável da política. Acredita-se no comando até que o capitão do barco decida o rumo, que pode ser diferente do seu. A partir desse ponto, permanecer no barco é questão de autoestima. Quem não a tem finge que acredita e finge que colabora no novo rumo.

Quem tem um mínimo de brio próprio, desce e torce para que as coisas aconteçam da exata forma que devem acontecer. O destino responde, mais cedo ou mais tarde. Pessoalmente, acho que Gustavo Prandini faz diariamente uma avaliação cuidadosa do rumo e mantém os comandos necessários. Logo, ele é construtor do destino que o aguarda no ano que vem.

Não desejo sorte a ele. Sorte precisa quem não se prepara. Quem se capacita precisa apenas aguardar a confirmação de seu sucesso. E o sucesso deste governo está atrelado, de forma inarredável, ao sentimento da população, de que as coisas mudaram e mudaram para melhor em suas vidas.

No meu caso específico, vejo que as mudanças estruturais que eu via como necessárias ainda não aconteceram. Houve avanços em relação ao primeiro ano de governo, mas foram tímidos demais para criar a sensação de um norte confiável.

E agora, o tempo está três anos mais curto. E eu mantenho a divergência, tão salutar à Democracia. Essa divergência, no passado, levou Gustavo Prandini a ser Prefeito. Direitos iguais, eis o segredo da evolução.

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