sábado, 12 de novembro de 2011

Vida reciclável

Ontem à tarde uma pessoa estava revirando as sacolas de lixo da minha rua. Era um senhor de idade, que cuidadosamente fechava cada sacola de lixo, depois de retirar de lá o que estivesse procurando. A curiosidade falou mais alto e fui observar de esguelha: ele estava coletando material reciclável. Pets, latinhas, garrafas. 

No meu lixo não havia nada disso. E não é porque eu tenha esse coração maravilhoso. É porque foi uma coincidência infeliz para aquele senhor, que com tanta dignidade estava me mostrando algo sem preço: somos todos responsáveis por todos os homens de bem.

A crônica de hoje do Bom Dia fala sobre esses absurdos monlevadenses. Quando o dinheiro público vira moeda de farra, são pessoas assim que sofrem em dobro. E gente como eu devia sofrer em triplo, mas o exemplo que temos de nossos homens públicos é ruim. Nós somente os seguimos.

Vou selecionar o lixo e vou levá-lo eu mesmo à ATLIMARJOM, de agora em diante. Quero manter o direito de dizer que ainda não vimos, em João Monlevade, um Governo que tivesse compreendido e se adaptado aos novos tempos.

A preservação da dignidade de muitas pessoas depende destes nossos atos. A vida humana não é reciclável.

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