Ou ela se quebra ou as cabeças mudam. Uma coisa ou outra acontecerá, posso garantir isso. Então, batendo na mesma velha tecla de sempre: de que adianta o governo municipal apresentar-se como o maior vitimado da história de João Monlevade, se seu maior carrasco é ele mesmo?
Em matéria penal, quando vítima e autor são a mesma pessoa, não há interesse de Estado em investigação ou apenamento. O Direito entende, acertadamente, que a vitimização já é penalidade suficiente. Da mesma forma acontece em ambiente político. Nosso governo se atrapalha com alguma coisa, a sociedade percebe e se manifesta, o governo culpa a sociedade pela trapalhada e segue cometendo atrocidades e repetindo os ciclos.
Não chegaremos a lugar algum. A maior vítima e o maior carrasco deste governo estão intramuros, e a penalidade já é vislumbrada para daqui a alguns meses. Melhor deixar passar o tempo, mas sempre lembrando e cutucando as feridas porque caso contrário essa coisa pode ressurgir das cinzas, como uma fênix, e tentar nos assombrar por mais alguns anos.
Cumprindo com uma etapa obrigatória, informo que minha opinião não é baseada na qualidade do governo que possa vir em substituição. Provavelmente teremos mais alguns anos de mediocridade política por aqui, mas que parecerá infinitamente boa devido à ruindade infinitamente grande que observamos agora.
Esta atuação governamental é um cabo eleitoral imbatível. Para qualquer outro nome que se apresente. Há um lado negativo e um lado positivo nessa história. O lado negativo é que João Monlevade perdeu uma chance incrível de evoluir em sua caminhada político-administrativa. O lado positivo é que algum grau de maturidade o eleitorado estará ganhando, para filtrar um pouco mais o que precisa ser entendido de uma vez por todas.
Política não é brinquedo. De ninguém, mesmo que seja populista ou carrancudo, novo ou velho, nascido aqui ou em qualquer ponto do Brasil. Política é um desejo e uma determinação, uma escolha funcional séria e decidida, pelo trabalho em prol de muitos.
Dá para entender porque tão poucos se dedicam à nobreza nesse ambiente. A grande maioria opta mesmo é por seguir a correnteza do jeito que ela está. E quando um barco não enfrenta o rio, ele vive o destino do rio. Não o seu.
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