sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Batendo na mesma tecla

Ou ela se quebra ou as cabeças mudam. Uma coisa ou outra acontecerá, posso garantir isso. Então, batendo na mesma velha tecla de sempre: de que adianta o governo municipal apresentar-se como o maior vitimado da história de João Monlevade, se seu maior carrasco é ele mesmo?

Em matéria penal, quando vítima e autor são a mesma pessoa, não há interesse de Estado em investigação ou apenamento. O Direito entende, acertadamente, que a vitimização já é penalidade suficiente. Da mesma forma acontece em ambiente político. Nosso governo se atrapalha com alguma coisa, a sociedade percebe e se manifesta, o governo culpa a sociedade pela trapalhada e segue cometendo atrocidades e repetindo os ciclos.

Não chegaremos a lugar algum. A maior vítima e o maior carrasco deste governo estão intramuros, e a penalidade já é vislumbrada para daqui a alguns meses. Melhor deixar passar o tempo, mas sempre lembrando e cutucando as feridas porque caso contrário essa coisa pode ressurgir das cinzas, como uma fênix, e tentar nos assombrar por mais alguns anos.

Cumprindo com uma etapa obrigatória, informo que minha opinião não é baseada na qualidade do governo que possa vir em substituição. Provavelmente teremos mais alguns anos de mediocridade política por aqui, mas que parecerá infinitamente boa devido à ruindade infinitamente grande que observamos agora.

Esta atuação governamental é um cabo eleitoral imbatível. Para qualquer outro nome que se apresente. Há um lado negativo e um lado positivo nessa história. O lado negativo é que João Monlevade perdeu uma chance incrível de evoluir em sua caminhada político-administrativa. O lado positivo é que algum grau de maturidade o eleitorado estará ganhando, para filtrar um pouco mais o que precisa ser entendido de uma vez por todas.

Política não é brinquedo. De ninguém, mesmo que seja populista ou carrancudo, novo ou velho, nascido aqui ou em qualquer ponto do Brasil. Política é um desejo e uma determinação, uma escolha funcional séria e decidida, pelo trabalho em prol de muitos.

Dá para entender porque tão poucos se dedicam à nobreza nesse ambiente. A grande maioria opta mesmo é por seguir a correnteza do jeito que ela está. E quando um barco não enfrenta o rio, ele vive o destino do rio. Não o seu.

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