sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Coragem é dizer o necessário

Faço aqui uma pausa justa para eximir os poderes públicos em uma situação distinta: quando são acusados de não comparecer para resguardar a propriedade privada, de quem tem condições para fazer isso por si mesmo.

É bom lembrar: todo governo existe para transferir renda. Mas essa transferência deve existir em favor de quem é digno e esforçado, mesmo não tendo habilidades e competências para gerar patrimônio seu. Transferir renda para quem possui essas habilidades é fomentar o espertalhonismo.

Não acredito em assistencialismo, como meus leitores mais antigos sabem. Acredito é na assistência pontual e que possa promover a oportunidade de o assistido não precisar dela no futuro. Mesmo assim defendo sempre que o Poder Público e o dinheiro público, quando empregados, devam se dirigir ao público que mais necessita.

Portanto, não é caso de eu defender o governo municipal mais imaturo e despreparado em gestão que já vi na vida. Trata-se de defender qualquer instância de governo de assumir responsabilidades que não são suas. E, por lógica, não aceitar que o dinheiro público seja aplicado onde já há algum grau de conforto, numa cidade em que muitos moradores encontram-se em áreas onde falta até mesmo a dignidade mínima.

Daí surgem minhas críticas. O que fazer com elas pertence ao foro íntimo de cada um. Grandes homens costumam avaliar as críticas, crescer através delas e minimizar sua ocorrência no futuro.

Os demais tentam desqualificar o crítico, como se isso resolvesse os problemas.

Simples assim. Só é tornado complexo pelas mãos de homens que não se vêem do nosso lado, mas muito acima de nós todos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Célio!Sou um grande fã seu,não o conheço pessoalmente mas sinto conhecelo bem pois acompanho o seu blog. Ontem a noite conversando com um assessor do prefeito este me disse que é muito difícil governar uma cidade como João Monlevade e que o povo daqui está sendo muito ingrato com a atual administração, mas mesmo com a ingratidão do povo e as grandes dificuldades existentes o grupo fará de tudo pela reeleição do prefeito. Disse também que voce foi um dos mentores da campanha do atual fatídico prefeito que está entrando para a história como o pior.

CÉLIO LIMA disse...

Vou ter que responder por partes, rsrs... Mas é gostoso ver um comentário que nos coloca na saia justa de modo inteligente e democrático. Vamos lá:

1 - Obrigado demais por acompanhar o Blog. Ele é expressão de um pensamento que está sempre inquieto e procurando caminhos.

2 - Nunca foi dito ao grupo que administrar a cidade seria fácil. O que dizíamos sempre era que seria algo simples. Cuidar dos fluxos de caixa, evitar o sangramento das finanças com ações de custo-benefício duvidoso, melhorar o relacionamento interno ao ponto de se formar uma nova aliança política efetiva e, finalmente, responder com trabalho e com ferocidade às críticas injustas.

3 - A ingratidão do povo, e fico triste em dizer isso, só existe nas cabeças teimosas que jamais quiseram validar os bons conselhos. E foram dezenas deles, vindo de pessoas muito bem intencionadas. Sei que este governo não é mal intencionado, claro, mas é definitivamente hermético a qualquer visão não nucleada. É uma pena.

4 - Tentar a reeleição é um direito e quase uma obrigação de qualquer governo que acredita em si mesmo. Temos que respeitar isso com espírito democrata, porque o contrário é aderir à selvageria social. Isso eu não quero para mim mesmo nem para ninguém.

5 - Eu nunca consegui me sentir um dos mentores da campanha de Gustavo à Prefeitura, porque nunca fui um. Estive ali compondo com o que podia e com o que aceitaram que eu somasse. Foi um tempo bom porque aconteceu, mas acabou. Há muito tempo só me ocupo de lamber as feridas e as cicatrizes que ficaram. Esta é mais uma característica inusitada deste Governo. Ele se coloca como vítima sempre, mas deixou de procurar muitas de suas vítimas nesta caminhada até aqui.
Não me parece justo e não é justo, mas tenho que respeitar este posicionamento também.

Só não concordo com ele, porque nunca concordei. Somos responsáveis pelas vítimas que fazemos, em nome do caráter.

Desculpe pelo "testamento" e pelo tom meio sisudão. Sempre me faz parecer mais antipático do que eu sou na realidade, rsrs.