terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Levem junto o advogado

Vamos ser práticos. Assim como os Peritos, advogados estão entre as classes profissionais menos valorizadas no nosso ambiente social. E essa prática é quase suicida, numa nação que tem tanto apego pela injustiça e pela trambicagem.

Sou cliente Oi Velox desde sei lá quando, uns 6 anos ou mais. Nunca tive problemas com a qualidade do serviço nem com o valor salgado das contas. Serviço sem concorrência é caro mesmo. Mas neste ano de 2012 a operadora criou um circo de horrores para me enlouquecer.

Na véspera do aniversário de Arthur (18/01), o telefone daqui de casa morreu. Apagão geral e nenhuma explicação. Começava uma guerra. Liguei para o tele-atendimento e tomei aquele chá de espera que muita gente conhece. Mais de 20 minutos escutando o nada, do outro lado da linha. nenhuma voz, nenhum som, nenhum ruído, ninguém para atender a uma pessoa.

Liguei novamente e consegui a duras penas solicitar o conserto. Voltou o telefone, o Velox não. Mais umas três tentativas de contato e desisti. Fui até a loja física ali na Wilson Alvarenga. Fui informado de que teria de aguardar três dias pelo conserto. Paciência... Já que iria ficar sem o serviço mesmo, encomendei a troca da velocidade.

A operadora OI aproveitou a chance para me informar de que meu plano de serviços estava vencido e precisava ser refeito. Nessa oportunidade perdi o tráfego ilimitado de dados, que agora teria limite de 60 GB por mês com perda de velocidade após extrapolar o dito cujo. Caso estranho de acordo que se renova para pior. Mas entre o poder econômico da Oi e o meu, aceitei.

Neste intervalo lembrei que eu pagava por uma velocidade de 2 megas, mas nunca tive mais que 1 mega de velocidade na minha casa. Hábito estranho esse, de assinar contratos oferecendo um produto que a empresa sabe que não vai entregar. Mas entre o poder econômico da Oi e o meu, aceitei.

Pois bem. depois de cinco longos dias sem Velox nenhum, e muito jogo de empurra e um despreparo monstruoso para lidar com seu cliente, hoje de manhã (após vencido o último prazo dado pela operadora depois de me fazer passar pela mendicância de atendimento), ouvi de uma atendente que teria de aguardar mais três dias "se quisesse o serviço de 5 mega, porque o cadastro constava os dois ( 5 e 2 mega) e para obter um eu teria que guardar o cancelamento do outro". Detalhe: eu não havia nem pedido nem assinado contrato agora para 2 megas, apenas tinha deixado de receber o serviço mesmo com um contrato prévio em mãos. Aquele que venceu sem que eu fosse avisado.

Há mais, há muito mais. Mas vou resumir. Hoje de manhã veio a gota d´água. Disse todas as verdades acumuladas contra a operadora, consegui manter o nível com a atendente explicando que minha fúria não era contra a pessoa dela, e decidi voltar à loja física onde iria apresentar um lado do meu caráter que raramente floresce. O que reage com violência - até física - contra a violência moral que qualquer maluco queira me obrigar a enfrentar.

Graças a Deus o lado racional falou mais uma vez. Eu não iria descer ao nível dessa empresa. Liguei para o amigo e advogado Fernando Garcia, contratei seus serviços e entreguei na capacidade dele o diálogo que eu não iria ter mais. Decidi que o poderio econômico da Oi iria seguir as minhas regras, já que eu havia seguido as regras dela e iria ser lesado até o limite da loucura, sem ser tratado como o que sou: quem paga as contas e é, assim, patrão de quem recebe o dinheiro.

Foi dado prazo até as 18 horas para que houvesse resposta. Às 17h35 ela veio e às 17h45 um técnico da empresa me informou "que havia realmente um problema físico com meu circuito na Central telefônica". Sim.... Exatamente como eu tentei argumentar com a empresa desde o dia 18/01. Em três horas, solucionei uma encrenca que se arrastava já há sete dias.

Sem a presença do advogado, é provável que eu perdesse a cabeça e me transformasse de vítima em réu. Que eu entregasse de bandeja nas mãos da operadora o direito de me acionar juridicamente. Que eu passasse a imagem de um animal furioso. Sei lá que outros prejuízos poderiam acontecer.

Um conselho? Quando tudo o que for combinado não for cumprido, levem junto o advogado para tentar corrigir. Não percam tempo sendo marionetes nas mãos de que detém o dinheiro e o poder econômico, não vale a pena. Ainda vivemos numa nação que entende apenas duas linguagens: a da violência e a da força. Eu recomendo o uso da força (baseada na técnica e no devido diálogo jurídico) até que tenhamos empresas mais decentes operando num país mais decente.

E obrigado, Fernando Garcia! Fico devendo uma.

2 comentários:

mlr33.blogspot.com disse...

Célio, a Oi também deve devolver (ou descontar na próxima fatura) todo o serviço que deixou de lhe prestar durante este tempo..Consulte o Fernando ou o Procon ( que resolveu meu caso). Um abraço!

Fernando Fonseca Garcia disse...

Disponha, Célio.