Eu sou apenas mais um Zé Ruela dos tantos que a cidade abriga. Isso não me entristece, afinal a consciência de grupo é o primeiro passo para evitar a consciência da solidão. O que me amofina demais, me dando urticária no cotovelo, é ver o caixão que está carregando a vergonha na cara, que a cidade deveria ter.
É uma batalha atoleimada, mas eu não posso abrir mão de defendê-la: precisamos de códigos de postura. Não é o Código de Postura Municipal, porque este já caducou pelo desuso. É o Código de Postura Humana Cidadã, onde cada um cumpre com suas obrigações e limites, para que todos possam evoluir no mesmo grau.
Infelizmente, João Monlevade tem tudo para ser uma cidade boa e modelar, enquanto opta gostosamente pela lama e pelo mau cheiro. Ninguém se incomoda com os códigos de conduta ética e moral, numa roda viva que faz com que o detentor de poder não tenha autoridade para cobrar do cidadão comum, o mínimo de responsabilidade.
Misturamos a casa-grande e a senzala, sem dúvida. Mas fizemos isso do jeito errado: teria que ser para igualar as pessoas, não para igualar a ignorância (que ao meu ver sempre reinou na casa-grande, é bom frisar).
Valha-nos Deus, porque estamos incapazes de enxergar nossa própria doença social. Dentro desse caixão está indo nossa vergonha na cara e nossa decência.
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