terça-feira, 15 de maio de 2012

Tarifa de ônibus em JM


Estou especulando, o que quer dizer que posso estar equivocado. Mas tenho algumas dúvidas severas, quanto ao real custo de operação que está estampado na planilha no transporte público de João Monlevade:

1 - Como é calculado o valor de insumos essenciais? Ex. problema = preço do pneu. Vamos pensar num valor médio de R$ 1.250,00 que não é fora da média de preços. Ele não deveria ir para a planilha com este preço, pelo simples motivo de que frotistas compram às centenas, com preços cerca de 30% mais baixos. Se vai para a planilha o valor original (1250) eis uma distorção bancada pelo usuário.

Ex. problema = Quanto duram estes pneus no cotidiano? Se não forem marcados no início de sua vida útil e se não for controlada sua durabilidade, eis outra distorção econômica bancada pelo usuário. Podem durar 80.000 km e ser declarado que rodaram 60.000 km até a hora de reformá-los.

Ex. problema = Qual o real consumo médio da frota? Como não são utilizados tacógrafos digitais selados, a população não tem como fazer este cálculo com exatidão. Mais distorção econômica que pode estar indo para a planilha.

2 - Como é calculado o valor de insumos secundários? Ex. problema = número de gratuitades efetivamente atendidas/dia. Termos 5000 usuários cadastrados e autorizados a usufruir de gratuitade não significa que 5000 pessoas usam deste benefício todo dia. Se o número for menor, distorção econômica a ser bancada pelos usuários pagantes do sistema.

Ex. problema = Oficina mecânica. Se a empresa tem mecânicos em seu quadro de funcionários, o custo já estará embutido em folha salarial. Se a planilha prevê remuneração de oficina, mais distorção econômica a ser bancada pelos usuários.

Ex. problema = durabilidade de peças de alto valor. Cálculo semelhante ao da durabilidade dos pneus.

3 - Por que a planilha de custos não é entregue à sociedade para uma auditoria ampla? Sem ela em mãos, tudo que João Monlevade pode fazer é especular sobre os custos reais x custos declarados. E especular nunca foi o melhor caminho para haver justiça social ao lado da justiça de remuneração do prestador de serviços.

Nãos nos discutimos enquanto um lar para todos. sequer nos discutimos enquanto cidade. Isso torna tudo muito mais difícil - e caro - para todos.

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