sábado, 20 de junho de 2009

Câmara não é puxadinho

Concordo. A Casa Legislativa tem funções nobres e importantíssimas a executar no desenvolvimento do processo democrático. Logo, não é uma extensão do Executivo municipal, e cumpre o papel dos "freios e contrapesos" tão fundamentais ao desenvolvimento de nossa sociedade.

O problema, como acontece na esmagadora maioria dos municípios brasileiros, é a personificação do cargo. Não observamos, com raríssimas exceções, vereadores participarem da depuração de nosso sistema gerencial público. O que vemos é o vereador X atacar ao prefeito Y, ou ao assessor Z, ou ao barnabé W, pelo simples prazer de afirmar que está fiscalizando algo. O contrário também ocorre, infelizmente.

Raras são as Câmaras de Vereadores que incentivam, por exemplo, o funcionamento das Câmaras Setoriais. Estas são instrumentos que podem ser criados por iniciativa de qualquer edil, com formatação técnica e de consultoria gabaritadas.

São capazes de municiar os próprios edis com informação qualificada e sugestões eficientes para a solução dos muitos problemas que uma cidade possui, mas criá-las para que? Mais vistoso é um vereador estufar o peito, correr para a Wikipédia - quando sabe como fazer isso - e deitar baboseiras ouvido abaixo de uma população que ou estará atônita ou catatônica.

No primeiro caso, por não entender como um edil pode se dedicar com tanto afinco ao desserviço público. No segundo caso, por não entender absolutamente nada sobre coisa alguma que não seja cumprir com suas funções básicas de sobrevivência.

Daí o estrelismo de nossa política interna. Da necessidade de aparecer bem sob os holofotes, surge a Câmara Referendativa ou a Câmara Freio-de-Mão. A primeira só observa e aprova. A segunda nem observa e desce a lenha. Ambas são prejudiciais à saúde da Democracia.

João Monlevade optou por renovar 60% das vagas em sua Casa Legislativa. Os vereadores atuais, assim como o Prefeito, ainda tem tempo para mostrar a que vieram. Mesmo que alguns já cobrem os céus do Prefeito eleito. Imagino como reagiriam se fossem cobrados na mesma medida...

O principal caminho a ser buscado é o do debate limpo, claro, objetivo. Senão, teremos mais alguns anos de marasmo gerencial acontecendo sob nossos olhos. No meu caso, atônitos.

Agenda oculta? Os cargos são mais importantes que as pessoas. O correto exercício da função dignifica o homem, não o contrário. E atuar politicamente contando com a ignorância geral do povo é algo confortável, mas perigoso. A ignorância, como o estrelismo, só dura enquanto houver holofotes acesos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Estive presente na ultima reunião da câmara, parecia um grande teatro. A peça que mais me chamou a atenção foi a de humor, adivinhe quem era o famoso humorista monlevadense:
a) Renato Aragão.
b) Chico Anísio.
c) Nerso da capitinga.
d) O nobre edil Sinval.