sexta-feira, 19 de junho de 2009

A síndrome de Gepeto

O criador do boneco Pinóquio não poderia, jamais, imaginar que sua criação se tornaria mais importante que ele mesmo.

Pinóquio todos nós conhecemos. Gepeto, o pobre carpinteiro que era mago, que deu vida a um tosco pedaço de madeira, quase ninguém guarda na memória.

Esta é a síndrome que nos amedronta. Toda criação acaba por suplantar ao seu criador, de algum modo. Assusta, mas é assim mesmo que a humanidade cresce, e assim deve ser.

Claro, há Pinóquios que assombram pelo mérito em suplantar seus Gepetos, em aspectos positivos. E há Pinóquios que se celebrizam apenas pelo nariz que nunca pára de crescer.

Daí que alguns Gepetos possuem talento puro, cristalino, valioso. Outros, apenas o talento de lapidar bonecos sem qualquer outra qualidade que não a da vilania. Não é difícil reconhecer os diferentes Pinóquios. Alguns, para adentrar qualquer recinto, são precedidos em muitos minutos pela ponta do próprio nariz.

Os grandes homens, de nossa região, vem se celebrizando por produzir Pinóquios muito ordinários. Que bons ventos de mudança de paradigmas soprem sobre os mesmos, é o meu maior desejo. Precisamos de estadistas, já que os Pinóquios devem se limitar aos palcos chinfrins.

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