terça-feira, 30 de junho de 2009

Quarta-feira

É dia de conferir o que os vereadores de minha cidade fazem com o mandato conferido pelo povo. Vale uma constatação geral: ainda faltam projetos de alcance amplo e, para alguns, até a percepção do alcance de suas proposições de alcance pequeno.

Criticá-los a todo custo é uma atitude pouco séria. Todos estão lá por razões boas e ruins, e são as mesmas razões pelas quais pautamos nossa vida inteira. Assim, teríamos que nos criticar a vida inteira para manter uma equação de igualdade.

Por outro lado, todos estão lá por um projeto maior ou menor, seja a projeção para saltos políticos mais elevados, seja pelo salário atrativo e difícil de obter no mercado de trabalho monlevadense.

E é nesta dimensão que são avaliados. O homem público, quando exige ser tratado como indivíduo puramente privado, é ingênuo ou doido de pedra. A figura pública deve transparecer o melhor que a figura privada possui, já que a primeira se insere no campo do dever fazer e a segunda, no campo do poder fazer.

O que nos une? A responsabilidade de responder pelo que fazemos, a menos que eu esteja ficando doido de pedra e aceite a tese de que alguns, como Sarney, são diferentes dos demais. Não sou doido de pedra e não aceito esta realidade, o que me cria um problema quase incontornável.

O que nos separa? Nossa preguiça em fiscalizá-los. Se os vereadores são os fiscais eleitos pelo povo, o povo é o fiscal de suas realizações e atos. Quem deve vigiar os vigilantes somos nós. Quando somos preguiçosos, não podemos esperar um trabalho exemplar. Apenas preguiça, em doses alarmantes. Muita má fé, porque cavalo criado solto não serve de montaria. Nem quando exige pagamento para isso...

Agenda oculta? Fiscalize o seu fiscal. O trabalho dele não é voluntário, é remunerado. Ele não pode posar de paladino da Justiça e da Verdade. É só mais um trabalhador que deveria cuidar dos interesses do patrão. No caso em tela, nós todos.
Mas é um dos poucos que você tem a obrigação de contratar e a impossibilidade de demitir - exceto em ocasiões muito raras - porque temos um sistema de gerenciamento político e público que é incompreensível para todo o mundo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá Célio. Não podemos generalizar, mas sabemos todos que grande parte dos monlevadenses vota em troca de um saco de esterco, e com o recebimento do cocô, já acha que o vereador cumpriu seu papel. Na verdade, o problema é de base. O povo que deve mudar sua mentalidade. Com certeza mais da metade dos vereadores não teriam sido eleitos se o critério fosse competência. Se a pessoa vota em que lhe dá alguma coisa, acho impossível exigir desse cidadão que fiscalize alguma coisa. A questão é a educação de base memso. Abraço!

Manthis disse...

Infelizmente o horário da reunião não me permite participar deste debate. E ainda não existe um site, um canal direto de comunicação entre o legislativo e a comunidade. Infelizmente tem gente que acha que ser político é profissão que não aceita cobrança.