domingo, 14 de junho de 2009

Uso responsável do intelecto

Parece incrível que, em pleno século XXI, ainda estejamos festejando o atraso. Explico: o atraso de um ser humano é recusar o que ele mesmo tem de divino em sua pessoa. É recusar o que ele tem de bondoso, de construtor, de incentivador do bom trabalho alheio.

Já o atraso de uma nação é conjugado, principalmente, em colocar muitos dos que se encontram em atraso individual para comandar destinos. O resultado, como bem sabemos, é atraso geral.

Tenho profunda admiração pelos que se pautam no uso responsável do intelecto, porque este é uma ferramenta universal. Não se deve confundí-lo com a cultura, que advém de um pesquisar mais profundo e a que nem todos terão o acesso devido ou almejado nesta vida. Intelecto não écultura, cultura não é inteligência, ambos não fazem sabedoria senão coligados a outros valores.

Observo, não sem pessimismo, pessoas de cultura considerável pautarem-se pela irracionalidade do intelecto, ao mesmo tempo esperando que nos pautemos da mesma forma. Triste engano. Meu destino faço com as escolhas que realizo, já que ninguém escolherá por mim, ainda que este alguém seja possuidor de cultura vasta.

Que dirá, então, dos possuidores de cultura mediana e intelecto vil, acostumados a um reinado sem sentido e sem resultados práticos, sublevando-se contra a minha liberdade de pensar e agir? Porque jamais, em tempo algum, tiram das mãos as pedras que estão lá, sempre prontas a defender as próprias liberdades de pensar e agir que possuam.

Mandá-los ao inferno seria uma boa idéia, se já não vivessem no inferno individual da própria irracionalidade. Melhor deixar como está, seguindo o caminho trilhado e imaginando que, se sou considerado idiota, melhor. Sou um alvo a menos.

Fica apenas o sentimento de que estamos fazendo muito pouco, quando poderíamos estar movendo o mundo. Tudo por causa de umas poucas engrenagens gastas de tanto mau uso. Melhor trocar as engrenagens que mudar a estrutura do engenho, a menos que o engenho já não funcione.

Agenda oculta? Um tolo e um sábio são difíceis de diferenciar. Talvez a maior possibilidade seja imaginar que, se ambos procurarem pelo em ovo ao mesmo tempo, somente um deles dirá que encontrou.

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