É, de alguma forma, maniqueísta. Ou é desprezado ou caro demais para alguém pagar. Vejamos:
Água grátis: marmanjos lavarão seus carros (de preferência estacionados sobre a calçada, onde é grátis) sem fechar as torneiras.
O riso genuíno dos seus filhos no fim do dia de trabalho: valor galático, não tem preço.
Assessor grátis: fará de tudo, até o limite da possibilidade, para destruir o seu trabalho.
Assessor ruim: valor imensurável, já que fará pior que o "de grátis"
Curso grátis: será frequentado, geralmente, por quem não tem mais nada a aprender (geralmente porque não se interessa; todos estamos sempre aprendendo alguma coisa, nem que para pior)
Curso ruim: prejuízo abismal
Intelecto grátis: é um oásis, mas quem o oferece costuma não ter o produto pelo preço anunciado
Intelecto ruim: é um carma, e quem o oferece costuma ter toneladas do produto encalhadas em estoque; o custo-benefício é proibitivo.
Amigo grátis: você precisa deles. São aqueles quatro que viram os primeiros esfolados nos seus joelhos e emprestaram o mertiolate, em lugar de dar gargalhadas.
Companheiro, colega, sócio, partner ou o escambau grátis: você precisa voltar para Marte. Pare de ler e apanhe o próximo OVNI.
Agenda oculta? Se for bom, pague o preço. Se for ruim, guarde sua grana. Se for bom, não peça grátis. Se fosse realmente de graça, seria integral. E nem o sol fornece calor 24 horas por dia, para um hemisfério só. Se for ruim, mande para um inimigo. Ele merece. Mas não faça de você mesmo seu inimigo, eles se fazem espontaneamente.
Tudo aqui é grátis. E nada é... decida-se por si mesmo. Não tem preço. Não saber distinguir para decidir tem, é sempre caro demais.
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