quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Minas Mostra Menos By Célio Lima

O cidadão Carlos Ezequiel Moreira merece, e tem, o meu respeito. Cidadania é inegociável, e quem me conhece sabe que não transijo com este aspecto da vida, no regime democrático.

O político Carlos Moreira, entretanto, nunca teve meu respeito. E não foi por demérito pessoal, mas de conjuntura. Seus subalternos eram ruins de doer, assim como foram os dos Ex-Prefeitos que o antecederam.

Os nomes a seguir referem-se aos homens públicos, não às pessoas. Homens públicos não tem direito a privacidade, se houver questões públicas a tratar.

Pensemos numa das maiores realização de Antônio Gonçalves à frente da Prefeitura: a Rodoviária, ultradimensionada para um tráfego de passageiros que jamais existiu para justificá-la. Má assessoria, porque não se coloca em pé uma estrutura daquela com a firme ideia de instituir um elefante branco.

Mal assessorado, Gonçalves abraçou uma causa que, com maior estudo preparatório e melhor qualificação de seus conselheiros, teria fomentado algum desenvolvimento visível no entorno da obra, e não apenas o inercial, como foi observado ao longo dos anos seguintes.

Nenhum dos Prefeitos que o sucedeu pôde aproveitar o espaço, Não porque não pudesse ser bem aproveitado, mas porque assessores ruins não produzem projetos bons e, por consequência, produzem políticos fracos.

Claro que há boas idéias. O problema é que são exceções. O "Achismo" impera na administração pública brasileira. Assim, para cada boa realização vem um pacote maldoso e perverso de esbulho do dinheiro público.

Que, reafirmo, não deve ser creditado a um só, a menos que todo o procedimento jurídico e democrático assim o faça. Ponto final. A função de encontrar responsáveis não me pertence e pertence a ninguém em particular.

A maior realização de Carlos Moreira foi ser ainda pior assessorado. O elefante branco não representava desafio suficiente, era preciso enterrar ali mais dinheiro público, com o único resultado de obter um fracasso retumbante e duradouro. E assim foi feito.

Há também o buraco de chuva que não aguenta chuvas fortes e inunda onde inundava antes, só que agora a uma torradinha de dinheiro público atrás.

E o bairro de Farinha, o Nova Monlevade que naufragou na primeira chuva. Tomara que não aconteça de novo.

O teto do Anfiteatro, com o peso da grana pública, inventou de praticar bumgee jump tão logo foi inaugurado. E por aí vai.

O que enlouquece não é ver que foram políticos mal assessorados, no mínimo. Enlouquece é saber que há quem defenda as "realizações". Há louco pra tudo...

Estarrece saber que raríssimos são os homens públicos que se cercam de boas equipes. Deveria ser o começo de qualquer trabalho. Costuma ser o fim de muitas carreiras.

O Minas Mostra Menos é mais um exemplo vivo: uma má equipe há de fazer um péssimo papel, sempre. Carlos Moreira está, mais uma vez, refém de uma equipe que não soube trabalhar para ele. Talvez até dizendo alguns nãos, que poderiam resultar em um trabalho menos marcante, pelo negativismo.

Nossa classe política já é ruim o suficiente. Para que piorar isto cercando-se de mais porcaria?

Logicamente, haverá quem se levante contra este enunciado. Tudo bem, é só mostrar trabalho bem feito, a custo baixo, de forma consistente e sem atravancagem de tintura ideológica velha. Darei a mão à palmatória.

E continuo à espera de uma equipe - uma só - que esteja à altura do que dela se espera. Ainda verei uma atuando antes de morrer, acho.

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