Às vezes nos confundimos ao ponto de imaginar demais:
- Que por sermos hábeis no uso da Língua Portuguesa sejamos mais espertos que a maioria
- Que por manipularmos uma verdade ela se torna outra verdade paralela
- Que por fazermos de um jeito não possa haver outro melhor para se fazer alguma coisa
- Que a sabedoria pode ser obtida sem o companheirismo da humildade
- Que um dia se sobrepõe ao anterior, apagando-o do calendário
- Que o uso da razão é muito perigoso a nossos propósitos
- Que outros farão o papel que nos cabe, poupando-nos do debate
- Que existe ator que se funde com o seu papel, indefinidamente
- Que toda mudança é hipócrita
- Que toda mudança é inocente
- Que o futuro é construído no futuro
- Que as palavras possam encobrir as atitudes
- Que os homens de bem são cordeiros
- Que o caráter se esconda atrás de uma atuação brilhante no palco, qualquer que seja o palco
Sim, às vezes nos confundimos. É da natureza humana a confusão, o fascínio pelo caos, o desdém pela ordem e pela sistematização. Nos confundimos achando que algumas pessoas, por serem quem são, só conseguem ter ideias brilhantes e inovadoras e irretrucáveis.
Afirmo com todas as letras. Sem o ceticismo, sem a análise fria e profunda, que desveste as palavras de suas agendas ocultas, somos nada mais que joguetes em mãos inábeis, mas ambiciosas e determinadas.
"Liberdade pra mim é pouco, o que quero ainda não tem nome" - Clarice Lispector
Já tem nome. É falta de vergonha na cara. Porque a verdadeira liberdade nada mais é que reconhecer que somos iguais, em direitos e deveres. E nenhuma liberdade real pode nascer, se uma prisão voluntária não delimitar nossa ganância por mais liberdade autoconsentida. Mais liberdade para mim, menos liberdade para os outros. Simples. Mas tem gente grande que advoga o contrário e recebe aplausos pela façanha.
Sim, às vezes nos confundimos por imaginar demais...
2 comentários:
quando vingar, quero ver meu livro espelhado por aí! :D
Abço
Raphael Godoy
haha
desculpe o equívoco, comentei no post errado, me referia ao projeto da biblioteca intinerante.
Abço
Raphael
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