quinta-feira, 17 de junho de 2010

Ok, mais uma ideia


Existem dois caminhos principais para não se obter resultados em qualquer coisa que se faça nesta vida. Um deles é se acomodar e deixar que a correnteza dite o rumo. O outro é sair do barco, e passar a observador crítico do rio, da correnteza, do barco, do leme, do capitão, dos peixes e do que mais estiver em volta.

Mas existem muitos caminhos possíveis para que resultados aconteçam. Um deles é apresentar ideias, o tempo todo. Uma ideia nunca é mal aproveitada, porque indica pelo menos o que não se deve buscar ou fazer.

Eu apresento ideias. O julgamento deve ser de outros interlocutores, porque eu sempre vou considerar que sejam boas, mesmo imaginando as dificuldades de implementação. E vou apresentar ideias a todo tempo, não importa se quem as receba seja do grupo A, B, ou C. Imagino que as pessoas que estão apresentando outras ideias pensem da mesma forma.

Esta vai para os bairros mais carentes, onde não será construída uma ETE (fonte de energia barata e, como já infomei antes, capaz de gerar inclusão econômica e social). Trata-se dos chuveiros comunitários.

O custo de instalação de uma pequena obra como essa é muito baixo, considerando a massa de investimentos possíveis ao município em um ano fiscal. Estamos falando em cerca de 5 mil reais, suficientes para instalar um trio de duchas, em um cômodo relativamente pequeno, dotado de aquecedor solar e com água fornecida pelo DAE, portanto com investimento público.

O fundamento econômico, claro, está no benefício indireto. Para famílias com renda pequena, a economia obtida com a redução de suas contas de energia elétrica é substancial. Esta economia é reaplicada em outras fontes de manutenção de qualidade de vida, gerando circulação monetária, que pode aquecer pequenos comércios, gerar dignidade, produzir avanço financeiro onde haveria apenas poucas perspectivas concretas para que este avanço acontecesse.

Uma cavalgada daria para construir 100 desses chuveiros. Graças a Deus a situação econômica das nossas famílias não está tão calamitosa assim, para que sejam todos eles necessários. O que significa que metade deste número já produziria um bom patamar qualitativo na vida de muitas pessoas.

Não sou contra a cavalgada, sou contra ela ser gratuita e bancada também com meu dinheiro, sem gerar qualquer benefício duradouro. Não há identificação cultural possível que justifique este tipo de investimento, quando há muitos outros investimentos estruturantes, baratos e eficazes, que podem ser realizados com o mesmo volume de dinheiro público envolvido.

Investir em estrutura é investir para o futuro, e nem sempre nos damos conta do porquê de alguns investimentos estruturantes ficarem de fora da mente de nossos administradores. Enquanto isso, outros investimentos inócuos são feitos às dezenas, todos os anos. Isto quando são apenas inócuos...

Fica a ideia, assim como ficaram outras muitas ideias espalhadas pela rede de blogs monlevadenses. Os governos deverão se preparar para aproveitar esta circunstância, relativamente nova em Administração Pública. Não posso afirmar que todas sejam boas ou executáveis, mas se obtivermos um aproveitamento de, digamos, 10 % delas, é inevitável que a cidade ganhará com as mesmas. E a sociedade monlevadense também.

Acho que passou da hora de a Prefeitura Municipal, independente de quem esteja em seu comando, criar uma forma de estudar, incrementar, depurar e verificar a aplicabilidade das ideias em movimento. Seria um gesto maduro e de caráter modernizante, em qualquer momento de gestão pública.

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