quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A experiência de laboratório social


Logo ali em baixo e hoje pela manhã,. postei um trecho de obra do brilhante filósofo Jose Ortega y Gasset. Apesar de brilhante e de dono de uma agudeza intelectual que agride a nós, bestas quadradas de pouco lume, o trecho em pauta é uma avalanche de tolices.

Notem bem que não estou afirmando a tolice de Ortega y Gasset. Estou afirmando a contextualidade como princípio norteador de um pensamento sistemático. Fora de seu contexto pleno, mesmo o mais brilhante dos pensadores pode afirmar algo que se situe no campo da bobagem. E afirmar que existe Democracia em excesso é um destes paradoxos. Democracia é substantivo intransitivo.

Nem vou me aprofundar nesta abordagem. Como vocês já se acostumaram a ler aqui, o blog não é ferramenta capaz de alcançar o âmago de algo tão complexo. O que vou abordar é a confirmação de um axioma: a comunicação transcende a informação. Vejam bem: nenhum leitor do blog se posicionou perante a bestialidade do texto. Mesmo que haja o comportamento natural do leitor brasileiro, de não se sentir parte de um ciclo de comunicação - ele se conformas em receber informação - a ausência do contraponto empobreceu o universo em que o texto foi inserido.

Mal interpretada, esta característica do leitor poderia levar à conclusão de que podemos comunicar qualquer coisa, sem que haja informação útil alguma nesta equação. Fato análogo - a utilização de filósofos de renome para sedimentar teorias bárbaras - levou a humanidade a conhecer o nazismo, a segregação racial e outras pérolas do obscurantismo.

Sinceramente eu gostaria de ver um horizonte mais amplo, onde houvesse o contraponto de qualidade às bogagens que falo de vez em quando. Porque se eu defender posicionamentos perfeitamente lícitos, dentro do regime democrático, mas contrários a "grande onda" (qualquer que seja ela) aí terei contendores furiosos fustigando meus ouvidos. Não é este o país que quero, nem a cidade que quero.

Hoje, Ortega y Gasset. Amanhã, quem estará condenando o excesso de Democracia e de liberdade para que nos expressemos, com responsabilidade e autoria?

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