terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Boa técnica ou malandragem?

Se elogiei o jornal A Notícia pelo especial de Natal, o fiz com absoluta justiça. Agora fica uma crítica e uma pergunta.

A crítica: na edição de hoje veio publicada uma errata, em tamanho minúsculo, para informar que Gustavo Prandini não foi o primeiro Prefeito Municipal a apoiar movimentos grevistas na cidade. Leonardoi Diniz teria inaugurado esta seara, durante seu mandato. Particularmente penso que ambos ultrapassaram as esferas próprias de sua atuação principal, qual seja a de administrar com todos, para todos, sem distinções ou manifestação de apreços e desapreços pessoais.

Mas o destaque dado à presença de Prandini às portas da Arcelor Mittal foi desmesuradamente maior que o destaque dado à correção da informação em si. Nestas horas o jornalismo presta um desserviço a si mesmo e à sociedade que o abriga.

A pergunta, porque os jornalistas sabem de seus códigos de atuação ética mais do que eu: trata-se de boa técnica utilizar este recurso ou trata-se de malandragem? Do jeito que tudo se resolverá, a informação equivocada ficará na memória visual dos leitores, a errata publicada ficará adormecida no limbo das insignificâncias.

O jornal já se posicionou enquanto mecanismo oposicionista? Se não o fez ainda, ou está na hora de fazê-lo ou deveria oferecer o mesmo destaque da matéria inicial. Coerência, gente, coerência....

5 comentários:

Breno Eustáquio disse...

Caro Célio Lima, não se preocupe com a malandragem inerente ao nosso ofício. A história nos mostra que as erratas, mesmo que insignificantes, integram uma das seções mais lidas em todo e qualquer jornal. É igual proclama de casamento. Está ali, pequena, mas todo mundo vê. Lógico que alguns erros merecem mais destaque que outros. Mas não era o caso deste meu de muitos equívocos cometidos na minha atuação profissional. Até porque ninguém, absolutamente ninguém, nem mesmo o "injustiçado" com minha informação incorreta, reclamou. Mas me vi obrigado a corrigir o que errei, assim como faço sempre. Todos erramos.

A propósito, agradeco-lhe as críticas. São muito bem vindas. Suas análises são inteligentes e úteis.

Breno Eustáquio - Jornalista.

Márcio Passos disse...

Célio Lima,

o jornal A Notícia não deu destaque de capa o fato de Gustavo Prandini ter sido o primeiro prefeito a apoiar greve. O destaque foi para o fato de que ele apoiava a greve na referida empresa, o que não merece nenhum reparo.
O reparo que a editoria fez se refere à afirmação de que teria sido o primeiro prefeito a fazê-lo, o que foi informado no final do texto, sem nenhum destaque.
Apesar de publicada em página interna, a "errata" teve mais destaque do que a informção anterior.
Acrescente-se ainda o fato de que a errata foi feita muito mais em em nome da justiça ao falecido ex-prefeito do que propriamente para agradar ao prefeito atual, até porque se ele decidiu apoiar a greve, jamais se sentiria ofendido com a afirmação de que foi o primeiro. Muito pelo contrário.
Quanto à questão de se posicionar como oposicionista, ainda não o fizemos e vamos tentar evitar fazê-lo o quanto for possível, mesmo porque não é o nosso propósito.
Ainda sobre a errata, acreditamos que a destacamos muito mais do que a maioria dos grandes jornais brasileiros, que o fazem ao final do espaço dedicado às cartas dos leitores.
Se mesmo assim você ainda enxergar incoerência, nós respeitamos sua opinião apesar de discordar.
Tê-lo como leitor e crítico nos honra, até porque nenhum outro jornal, por mais ou menos incoerente e parcial que seja, merece sua honrosa atenção.
Deve ser por isso que, apesar dos erros, conseguimos a preferência de 59,9% dos leitores de João Monlevade, praticamente o triplo da soma de todos os outros.
E este monitoramento o fazemos há mais de 25 anos pelo simples fato de que uma empresa só sobrevive se ficar atenta ao termômetro que atesta a satisfação de seus clientes.
Ao contrário do que muitos querem, não somos uma entidade filantrópica ou uma ong.
Somos uma empresa com sobrevida de quase três décadas, sem nenhuma reclamação trabalhista apesar de sua história registrar mais de 250 colaboradores e funcionários, temos compromisso com 15 empregados e sua famílias, além de tantos outros indiretos.
Procuramos evitar prejuízo ao conteúdo jornalístico, ao mesmo tempo que temos que manter a vitalidade econômica do empreendimento.
Espero ter compreendido para algum esclarecimento e o convido para uma visita ao jornal.
Parabéns pela qualidade de seus textos.

Márcio Passos

CÉLIO LIMA disse...

Agradeço o convite e retribuo com outro, o do Encontro de Blogueiros no dia 16, no Caça e Pesca.

A reunião de pensamentos não hegemônicos é tudo que nos fortalece em vida democrática, o que me leva a ficar satisfeito de receber a atenção de vocês.

Importante é lembrar que, apesar de eu levá-la em grande conta, minha opinião é inepta para causar bem ou mal (e nunca foi este um propósito que eu buscasse) porque Monlevade tem grandes competências atuando na comunicação e imprensa locais.

Com relação às pequenas "pegadinhas" (acredito que involuntárias)contidas em ambas as participações, deixo para que possamos discutí-las em outra instância.

Caso contrário, pareceria (como obviamente o seria) utilizar a popularidade de ambos como escada para mim mesmo, rsrs.

Um abraço.

Anônimo disse...

Brincadeira! Esses caras do A Notícia fazem cagadas e ainda ficam de bla bla bla querendo se justificar. É malandragem!

Unknown disse...

Gosto da leitura dos dois períodicos monlevadenses, muito embora, nem sempre me satisfaça o conjeturar os "lados da notícia", uma vez que tanto as argumentações "pró" e "contra", nossos governos municipais, nem sempre são com a clareza e o discernimento compatíveis à maior parte da população.

E, uma vez que são enormes formadores de opinião, causam alguns desgates, que resulatm muito mais perda para nossa cidade, que para os gestores (partidos), uma vez que eles passarão, e as ruínas, ficam.

Talvez as colocações aqui expostas, nos auxiliem um pouco mais em buscarmos "construir juntos" essa cidade, através dessa e outras trocas de conhecimento e opinião futuras.

Assim, apesar de tudo, mais uma vez agradeço aos senhores, pelos manifestos, que muito considero para "saber Monlevade" e cuidar de minhas direções dentro, para e com ela...