segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A ética inelástica


Em condições normais, o título da postagem seria muito tolo. Ética é algo completo em si mesma, e não dependeria de adjunto adnominal para sua definição ficar mais depurada. Só que vivemos tempos bem difíceis.

Aprender a ética inelástica - a que não se move um milímetro para receber um interesse - é o primeiro passo para que nossos iguais nos vejam como o que somos: iguais. Se nosso interesse se chocar contra os interesses de toda uma sociedade, é nesse momento que a ética inelástica é tudo que nos resta.

Os estudiosos de filosofia sabem que parto de uma premissa errada, a de possa existir uma segunda ética possível. No mundo filosófico, é realmente impossível. Mas no plano físico em que vivemos esta segunda ética está se firmando. E ela tende a se consolidar em nosso meio, como um gene dominante.

Não sou eu nem será um filósofo que irá mudar este quadro. O que fazemos é tentar retornar ao ninho da Ética simples e pura. Mesmo sob o risco de parecermos aberrações no meio, é sobrevivendo a esta fase embrionária de uma ética elástica e volúvel que poderemos lançar o nosso foco sobre o que poderia ser, em detrimento do que poderia ter sido.

Poderia ser a redenção da humanidade. Poderá ser a perdição de nossa humanidade. No caminho, a escolha pessoal que fiz é permanecer no meio do turbilhão. O centro do cone de força de um furacão é um lugar seguro.

E vou seguir assim, formiga miúda de ética pouco elástica, carregando nas costas as folhas que um dia me permitirão voltar à inelasticidade que não deveria ter perdido. E eu não cresci um lutador à toa.


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